Laís, suspeita de participar da morte de advogado, foi presa e levada para cadeia de Dracena — Foto: Diogo Nolasco/TV TEM

Suspeito preso por matar e esquartejar advogado jogou mãos da vítima em córrego, diz polícia

Celular do advogado Ronaldo César Capelari também não foi encontrado. Casal foi preso suspeito de cometer o assassinato em Araçatuba (SP).

ARAÇATUBA – O homem preso suspeito de matar e esquartejar o advogado Ronaldo César Capelari, de 53 anos, chegou a jogar as mãos e o celular dele no córrego Baguaçu, em Araçatuba (SP). A polícia procura pelo aparelho, que pode ajudar nas investigações.

“O celular não foi localizado. O suspeito disse que jogou no córrego, mas não achamos. Ele jogou as mãos da vítima no mesmo local. Ele não disse o motivo, como ele retalhou o corpo, a mão era menor. Foi a primeira coisa que ele descartou. Até acreditávamos que era para não identificar a vítima, mas ele disse que não”, afirmou o delegado Antônio Paulo Natal, em coletiva na manhã de sexta-feira (17).

Desde o início das investigações, a polícia prendeu quatro homens e uma mulher. Três deles foram soltos pela Justiça a pedido da própria polícia. Continuam presos apenas a jovem Laís Lorena Crepaldi, de 20 anos, e o namorado dela, Jonathan de Andrade Nascimento, de 21 anos.

Laís foi encaminhada na sexta-feira, 17, para a cadeia de Dracena (SP) e o rapaz, para o presídio de Pereira Barreto (SP).

“No dia da prisão da moça e dos três investigados identificamos mais uma pessoa, que matou e esquartejou o advogado. Pedimos a liberação dos três detidos porque, a partir da prisão de todos, ficou evidenciado uma possível não participação deles, que será descartada totalmente apenas com laudos periciais, como impressão digital na casa e na caminhonete”, diz o delegado.

A polícia chegou até o namorado de Laís depois que uma testemunha disse ter visto Jonathan na casa antes de o crime acontecer.

“A princípio ele negou que estava na casa, mas acabamos confirmando a participação dele no crime com as declarações deles. Para nossa surpresa, ela mudou a versão e disse que os outros três não participaram e que ela mentiu para não incriminar o namorado”, diz o delegado.

Corpo esquartejado

De acordo com a investigação da polícia, a participação do namorado no crime ficou evidente porque a polícia descobriu que ele comprou sacos de lixo e luvas cirúrgicas para esquartejar o corpo do advogado.

“Vimos onde ele comprou o saco de lixo para colocar o corpo retalhado. Ele comprou luva cirúrgica para dilacerar o corpo, temos a nota fiscal das luvas. As ferramentas encontradas no banheiro onde a vítima foi encontrada morta, usada para dilacerar, o pai do rapaz reconheceu que eram dele”, afirma.

Na coletiva, o delegado disse que logo depois que o advogado foi morto, Laís acabou saindo da casa, nervosa por causa do crime. O namorado dela ficou na casa e não conseguiu colocar o corpo da vítima na caminhonete sozinho. Foi quando ele desistiu e abandonou o veículo.

“Como não sabia o que fazer com o corpo, ele pediu uma carretinha emprestada para o pai, alegando que iria tirar entulho da casa da namorada. Sem saber do crime, o pai ofereceu ajuda, mas ele acabou recusando e desistiu da ideia. Então ele retalhou o corpo e colocou em sacolas e iria sair da casa como se fosse normal”.

Antes do suspeito levar o corpo embora da casa, a Polícia Militar recebeu a denúncia de que a caminhonete do advogado foi vista por lá e uma equipe foi até o local, quando encontrou o corpo.

O caso começou a ser investigado depois que a família de Ronaldo procurou a delegacia para registrar um boletim de ocorrência de desaparecimento. Duas horas depois, a caminhonete dele foi encontrada com marcas de sangue, em uma estrada de terra, em Birigui (SP).

Outra denúncia anônima levou os policiais militares até o imóvel onde o corpo foi encontrado, na noite de terça-feira (14). Não havia ninguém dentro da casa, mas Laís, sabendo que a polícia estava à procura da moradora da casa, compareceu na Delegacia de Investigações Gerais (DIG) para falar sobre o caso, na manhã do dia seguinte.

Segundo a Polícia Civil, ela contou que tinha deixado o imóvel aberto e não tinha conhecimento do que tinha acontecido. No entanto, posteriormente, ela confessou que tinha atraído o advogado até o local. A intenção da dupla era de roubar a caminhonete de Ronaldo.

As investigações continuaram e a polícia descobriu a participação do namorado dela, que foi preso por volta da meia noite de quinta-feira (16). O jovem confessou que cometeu o assassinato. A polícia agora aguarda o resultado dos laudos, além de ouvir outras testemunhas, para concluir o inquérito.

G1

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