Policial Civil da DDM Adriana foi a responsável por ministrar a palestra de prevenção de abuso sexual em crianças e adolescentes. Foto: DIVULGAÇÃO/Arquivo Pessoal

Polícia Civil realiza palestra de prevenção de abuso sexual em crianças e adolescentes

ANDRADINA – A Polícia Civil, através da DDM – Delegacia de Defesa da Mulher, e por intermédio da policial Adriana, realizou na noite de segunda-feira, 04, na EMEF – Escola Municipal de Ensino Fundamental Humberto Passarelli, no bairro Passarelli, Palestra de Prevenção Contra Abuso Sexual em Crianças e Adolescentes. Essas palestras poderão ser realizadas em outras escolas do município futuramente.

A palestra foi voltada para as crianças que estudam naquele estabelecimento de ensino, seus pais ou responsáveis, professores, diretores, funcionários e a comunidade em geral interessada nesse importante tema, que, infelizmente, ainda atinge muitos lares brasileiros.

Segundo a palestrante, esse tipo de evento é muito importante pois é ministrado por pessoas que estão ligadas diretamente á causa e tem condições de transmitir o passo a passo e de forma fácil de se entender as várias maneiras da prevenção do abuso sexual em crianças e adolescentes.

PREVENIR AINDA É O MELHOR REMÉDIO

O abuso sexual infantil ainda é um tema complicado e difícil de ser abordado, justamente pelos tabus que o cercam, pelo preconceito e pelo silêncio das vítimas – que nem sempre compreendem exatamente o que está acontecendo com elas – e também das famílias que sentem “vergonha” ou não sabem como lidar com a situação. Esse silêncio que permeia o tema torna difícil ter estatísticas que realmente abranjam o problema de forma real.

De acordo com estudos, em 93% dos casos, as vítimas com menos de 18 anos conhecem o agressor. Lembrando que nem sempre ele precisa ser um adulto, podendo também ser um jovem ou adolescente que, de certa forma, possui poder sobre a vítima. Por tudo isso, falar sobre esse tema é tão importante.

O perfil do abusador

A maioria dos casos de abuso sexual infantil, o abusador é alguém que a criança conhece, convive, confia e ama. Na maior parte das vezes, ele é membro da família e dispõe de certo poder sobre a vítima, como pai padrasto, irmãos, primos, tios ou avós.

Fora do âmbito familiar, o abuso também pode acontecer e o abusador costuma ser alguém conhecido da criança e com quem ela tem uma relação de confiança, como amigos da família, vizinhos, educadores, médicos, psicólogos, responsáveis por atividades de lazer e até técnicos de modalidades esportivas. Raras vezes o abusador é uma pessoa desconhecida.

Consequências do abuso sexual infantil

Uma criança abusada sempre sofrerá sequelas dessa violência, desenvolvendo problemas de relacionamento e até de comportamento, como o abuso de drogas e medicamentos na adolescência, atitudes agressivas, quadro depressivo e assim por diante. A vítima poderá apresentar sentimentos confusos e nem sempre a criança consegue compreender o que está acontecendo no momento, percebendo a situação posteriormente, quando ela processa que aquilo vivido foi uma agressão.

É comum que essas crianças cresçam com sentimentos como:

. medos aparentemente infundados;

. culpa;

. imagem corporal negativa;

. dificuldades para estabelecer confiança interpessoal.

. Como prevenir o abuso sexual infantil?

Como você viu, embora o abuso sexual infantil seja um tema complicado de ser abordado, ele é extremamente importante. Primeiro, porque ainda é algo que acontece frequentemente em muitos lares brasileiros e, segundo, porque ele pode ter consequências danosas às vítimas.

Converse com a criança sobre as partes íntimas do corpo

As crianças precisam saber nomear corretamente as partes do corpo e identificar o que é íntimo, para assim, poderem relatar aos pais quando algo fora do comum acontecer. Ensine ao seu filho o nome correto de todas as partes do corpo e explique sobre as partes íntimas, ensinando que ninguém poderá tocar nessas regiões e nem vê-las, apenas os pais quando forem dar banho ou trocar de roupa.

Explique sobre os limites do corpo

Ensine a criança a não permitir que ninguém toque as suas partes íntimas, ou ainda, que ela não toque nas partes íntimas de nenhuma pessoa, seja ela conhecida ou desconhecida. Alerte a criança para possíveis artimanhas usadas pelos abusadores, como trocar carícias por doces, apresentar um “cachorrinho” e assim por diante.

Incentive a criança a conversar com você

É preciso que o seu filho se sinta seguro para lhe contar qualquer coisa, inclusive uma situação de abuso. Muitas vezes, os abusadores pedem às crianças para manterem o ocorrido em segredo, seja ameaçando-a ou de maneiras lúdicas.

Se o seu filho for ensinado que segredos não são coisas boas e que ele sempre poderá (e deverá) contar a você tudo o que acontece, será mais fácil de identificar uma situação de abuso. Lembre-se que essa relação de confiança é muito importante e, por isso, a criança NUNCA deverá ser punida, criticada ou castigada por contar qualquer coisa sobre o seu corpo.

Como a sociedade pode ajudar na prevenção do abuso sexual infantil?

Apesar de ser um assunto íntimo, o abuso sexual infantil deve ser combatido pela sociedade. Afinal, um país que se preocupa e cuida das suas crianças e jovens é uma sociedade que oferece mais possibilidades de crescimento e de futuro. Nesse sentido, as escolas e demais instituições de atenção à infância e à adolescência podem contribuir de várias maneiras:

. oferecendo informações às crianças para que elas consigam entender quando estão sendo expostas a uma situação perigosa ou que possa se configurar como abuso sexual;

. sensibilizando os familiares ou os responsáveis pela educação das crianças, demonstrando o quanto é importante desenvolver maneiras de fortalecer o seu filho contra o abuso sexual, com uma relação de confiança;

. treinando o olhar dos educadores para que eles identifiquem casos de violência doméstica e de abuso sexual.

Reduzir as desigualdades sociais e a pobreza também é uma forma de combater o abuso sexual infantil e a violência contra a criança, oferecendo a esses jovens mais oportunidades e evitando que eles tenham de conviver durante anos em lares desestruturados e que não oferecem suporte adequado às suas necessidades. (com informações do site: childfundbrasil.org.br)

MIL NOTICIAS/Agência

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