Polícia Civil realiza reconstituição de assassinato de jovem de 16 em Piracicaba — Foto: Edijan Del Santo/EPTV.

Guarda suspeito de matar jovem em Piracicaba admite homicídio e aponta legítima defesa, diz DIG

Adolescente foi morto em 3 de maio. Segundo delegada Juliana Ricci, homem se desfez da arma e comunicou furto inexistente. Defesa diz que houve grande baderna em frente à base.

PIRACICABA/SP O guarda municipal suspeito de matar o adolescente de 16 anosCristóvão Olegário de Lima admitiu o assassinato e disse que agiu em legítima defesa, segundo a delegada da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Piracicaba (SP), Juliana Ricci. A Polícia Civil fez a reconstituição do crime nesta quinta-feira (4). O suspeito está preso desde 14 de maio.

Polícia Civil realiza reconstituição de assassinato de jovem de 16 em Piracicaba — Foto: Edijan Del Santo/EPTV.

Polícia Civil realiza reconstituição de assassinato de jovem de 16 em Piracicaba — Foto: Edijan Del Santo/EPTV.

O guarda de 51 anos, chamado Marcos Roberto Munhoz dos Santos, afirmou para a delegada que um grupo de jovens fazia baderna em frente à base da Guarda Civil Municipal (GCM) da Avenida Raposo Tavares e houve uma batida no portão. Ele, que estava sozinho, deixou o posto e viu os jovens correndo.

O grupo era de cerca de cinco adolescentes. “Ele [guarda] fala que a vítima teria feito um movimento brusco e que ele entendeu que seria alvejado e, para evitar ser atingido, ele atirou para se defender. É isso que ele alega”, explicou a delegada.

Já os jovens relataram à polícia que estavam jogando pedras em um ponto de ônibus a poucos metros da base da guarda e, quando passaram em frente à base, viram o agente e saíram correndo.

Na reconstituição, o policial que se passou pelo guarda ficou na esquina entre as ruas Monte Pascoal e Professor Antônio dos Santos Veiga. Já o grupo de jovens estava no meio do quarteirão da Professor Antônio dos Santos Veiga. A simulação do disparo que atingiu Cristóvão ocorreu nessa posição.

Arma foi descartada

Juliana Ricci afirma que o inquérito deve ser concluído e relatado ao Ministério Público Estadual (MP-SP) na semana que vem. O guarda municipal deve responder por homicídio qualificado, já que dificultou a defesa da vítima, e por falsa comunicação de crime.

A delegada explicou que dois ou três dias depois do homicídio o guarda registrou um boletim de ocorrência para informar que a arma dele havia sido furtada. Porém, durante a investigação, o guarda admitiu que isso não ocorreu.

“Ele fala que ele deu fim na arma que a gente não teria mais como localizar”, afirmou a delegada.

Suspeito colabora com a polícia, diz advogado

O advogado Willey Sucasas, que representa o guarda municipal, afirmou que o suspeito “em nenhum momento se furtou a esclarecer as circunstâncias pelas quais ocorreram esses fatos”.

Além disso, que requereu à delegada, na quarta-feira (4), que a reconstituição do caso ocorresse durante a noite, já que o homicídio foi na madrugada. “Isso foi solicitado por inscrito mas lamentavelmente não foi assim que entendeu proceder a Polícia Civil”.

O advogado não descarta a possibilidade de pedir, durante o processo judicial, nova reconstituição. Sobre o caso em si, Sucasas disse que o inquérito corre em segredo de Justiça e não entrou em detalhes, mas afirmou que havia uma “baderna muito grande” em frente à base da GCM.

“O inquérito policial é sigiloso, mas houve por parte desses rapazes que passaram aqui em frente a Guarda, nós estamos de fronte a um posto da Guarda Municipal de Piracicaba, houve no mínimo uma baderna muito grande, um atentado contra o patrimônio público. O meu cliente se encontrava sozinho naquela noite, enfim… mas tudo isso vai ser objeto de apuração em juízo”

Corregedoria acompanha apuração

Em nota, a Corregedoria da GCM informou que “está acompanhando o caso e instaurou Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) para apurar os fatos e a conduta do agente de segurança”.

“Informamos que o PAD esta em andamento e irá se desenvolver a medida em que o processo criminal for avançando”.

O crime

O adolescente morreu na madrugada de 3 de maio por um disparo que o atingiu nas costas. Segundo o boletim de ocorrência, guardas municipais faziam patrulhamento pelo bairro Jardim Ibirapuera e ouviram tiros. Eles começaram a procurar de onde teria vindo o barulho e, na Rua Infante Dom Henrique, acharam três pessoas carregando o menor de idade.

O grupo pediu ajuda da viatura, deixando o menor e disseram que iriam avisar a mãe da vítima, segundo o documento. O adolescente chegou a ser socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas não resistiu e morreu no local.

Na noite de 14 de maio, o guarda municipal foi preso suspeito do crime.

G1

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