Lucas Lacerda (à esquerda), câmeras instaladas em poste suspeito de ter ficado energizado e gravação que mostra folião tomando choque após tocar em poste (Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal/TV Globo).

Polícia responsabiliza empresas por morte de jovem eletrocutado no pré-carnaval de SP

Polícia indiciou quatro pessoas ligadas às empresas GWA e Dream Factory no inquérito. Lucas Lacerda morreu após encostar em poste na Rua da Consolação em fevereiro.

SÃO PAULO/SP – A polícia concluiu que quatro pessoas ligadas às empresas contratadas para organizar e monitorar o carnaval de rua de São Paulo devem ser responsabilizadas pela morte do estudante Lucas Antônio Lacerda da Silva, de 22 anos, após levar um choque elétrico na esquina da Rua da Consolação com a Rua Matias Aires no dia 4 de fevereiro durante desfile de bloco no pré-carnaval. São elas:

  • Eduardo Cohlin Ribeiro Magalhães, sócio da Dream Factory, empresa que ganhou a licitação para organizar o carnaval de rua;
  • Elisa Matoso de Behr, produtora da empresa;
  • Arthur José Malvar de Azevedo, dono da GWA Systems, que foi contratado pela Dream Factory para a instalação de câmeras;
  • Rubens Alves Ribeiro, supervisor técnico da GWA.
Lucas Lacerda (à esquerda), câmeras instaladas em poste suspeito de ter ficado energizado e gravação que mostra folião tomando choque após tocar em poste (Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal/TV Globo).

Lucas Lacerda (à esquerda), câmeras instaladas em poste suspeito de ter ficado energizado e gravação que mostra folião tomando choque após tocar em poste (Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal/TV Globo).

No dia 4 de fevereiro, Lucas acompanhava o bloco do Baixo Augusta quando tomou o choque. De acordo com a investigação, a descarga elétrica saiu de dois postes: o da CET, onde estavam as câmeras, e o do Ilume de onde vinha a energia que ligava os equipamentos. Lucas pulou uma grade que estava encostada nesse poste.

O delegado Júlio Cesar dos Santos Geraldo, responsável pelo inquérito disse que a instalação irregular e um fio solto dentro de uma das câmeras provocaram o choque.

Para ele, embora agentes públicos da prefeitura soubessem da instalação das câmeras, não há provas de que eles sabiam que os equipamentos foram instalados de forma inadequada.

“As empresas assumiram o risco por fazer a instalação de forma inadequada”, disse o delegado.

O advogado da família de Lucas disse que respeita a decisão do delegado de indiciar somente as empresas, mas entende que a Prefeitura também tem responsabilidade na morte do jovem.

A Dream Factory disse que recebeu com indignção a informação de indiciamento de seus colaboradores e que todas as medidas estão sendo tomadas.

A empresa GWA Systems disse que não vai se pronunciar.

O inquérito será encaminhado ao Ministério Público.

G1

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