Torcedor da Ponte Preta, Leonardo Bernardes foi morto após confronto de torcidas neste sábado (5) (Foto: Reprodução/Facebook).

Suspeito de matar torcedor da Ponte em confronto antes do dérbi se apresenta à Polícia e é indiciado por homicídio

Leonardo Bernardes, de 18 anos, morreu durante uma briga entre torcidas da Ponte e do Guarani no último sábado. Laudo aponta que ele foi atingido por um disparo nas costas.

CAMPINAS/SP – O suspeito de matar um jovem, durante um confronto entre torcidas de Ponte Preta e Guarani no último sábado (5), se apresentou à Polícia Civil de Campinas (SP). O delegado titular do Setor de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP), Rui Pegolo, disse nesta quarta-feira (9) que o homem, de 31 anos, já havia sido identificado por imagens de câmeras de segurança. Ele confessou o crime, foi indiciado por homicídio doloso, mas não ficou preso.

“Ao final da investigação, de toda a coleta de provas, é que a gente vai decidir se o suspeito ficará preso ou solto”, explicou o delegado.

Torcedor da Ponte Preta, Leonardo Bernardes foi morto após confronto de torcidas neste sábado (5) (Foto: Reprodução/Facebook).

Torcedor da Ponte Preta, Leonardo Bernardes foi morto após confronto de torcidas neste sábado (5) (Foto: Reprodução/Facebook).

O torcedor da Ponte Preta Leonardo Bernardes, de 18 anos, foi baleado em uma briga entre torcedores dos dois clubes no bairro São Bernardo, quase sete horas antes da partida entre os rivais pela Série B do Campeonato Brasileiro.

O suspeito identificado, torcedor do Guarani, confessou o crime à Polícia Civil ao se apresentar na tarde de terça-feira (8) e disse que agiu em legítima defesa. Segundo o delegado, as investigações mostraram que o confronto não havia sido agendado.

“A versão que ele no deu de legítima defesa será objeto de apuração no curso do inquérito. […] Pra Polícia Civil o caso está esclarecido”, afirma.

Legítima defesa

O homem negou ser integrante de alguma torcida organizada do Guarani. Disse ao delegado, em depoimento, que estava reunido com outros sete torcedores quando viu o grupo de cerca de 30 a 40 pontepretanos se aproximando.

Segundo Pegolo, foi apurado que os torcedores da Ponte Preta se reuniram em frente ao estádio do clube e foram até o bairro para procurar torcedores do Guarani para brigar. “Eram três pra um”, afirma o delegado.

O indiciado contou à polícia que entrou em casa para buscar a arma e que atirou em legítima defesa, mas que não soube de imediato que alguém havia sido atingido. Horas depois ele teve essa confirmação e tomou a decisão de fugir. O suspeito não tem antecedentes criminais.

A conduta dos torcedores pontepretanos será levada em conta na investigação, assim como o post feito pela vítima em uma rede social, um dia antes do jogo. Na mensagem, o rapaz de 18 anos sugere possibilidade de confronto caso ele se encontrasse com torcedores do Guarani – descritos no texto de maneira pejorativa.

Novas imagens

A Polícia Civil informou que vai investigar a versão do suspeito a partir de novas imagens de câmeras de segurança localizadas em imóveis na rua onde ocorreu o confronto. Os vídeos não serão divulgados para a imprensa, por enquanto.

“As imagens corroboram a versão do indiciado, de legítima defesa”, afirma Pegolo.

Oito pessoas já foram ouvidas no inqúerito, entre testemunhas e parentes da vítima, e a polícia vai tentar identificar pelas imagens outros torcedores envolvidos no confronto que serão intimados e ouvidos para que contem as suas versões dos fatos.

“Pelo crime só uma pessoa foi indiciada, que é quem fez o disparo. […] Não há confirmação de que outros disparos foram feitos e que possam haver outras vítimas”, ressalta.

Arma era ilegal

A arma usada pelo suspeito foi um revólver calibre 38 e era ilegal. O homem disse à polícia que tinha três munições mas deu um disparo contra os torcedores da Ponte Preta. Ele também afirmou que mantinha a arma para defesa da família.

A polícia já está apurando a origem da arma, que ainda não foi entregue pelo suspeito ao delegado, e informou que o indiciado terá que responder pelo porte ilegal.

Único tiro

Segundo informações do laudo da perícia, a vítima Leonardo Bernardes foi atingida com um único tiro e a bala ficou alojada na região abdominal, o que permitiu que ela fosse retirada. Ela será comparada à arma usada, assim que o indiciado a entregar à polícia.

Rui Pegolo destaca que a perícia mostrou que a vítima estava a cerca de 20 metros de distância do atirador quando foi baleada nas costas, pois estava junto aos torcedores que correram do local ao avistarem a arma.

O confronto

Segundo informações apuradas no local pela equipe da EPTV, duas vans com torcedores da Ponte Preta estacionaram na Rua Alagoas, no bairro São Bernardo, onde supostamente mora um membro de uma torcida organizada do Guarani. Os torcedores também chegaram ao local de moto, informou o delegado.

Eles seguiram pela via a pé protando pedaços de paus e se depararam com torcedores do Guarani. Ao ouvirem o disparo, o grupo de torcedores da Ponte Preta correu no sentido oposto.

Leonardo Bernardes foi atingido e socorrido pelas testemunhas ao Pronto-Socorro (PS) do Hospital Ouro Verde, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

G1

Comments are closed.

error: Solicite a matéria por email!