Karoline Kailaine Melo Zolin Mattos ficou internada no HR durante 13 dias (Foto: Cedida)

Leishmaniose causa morte de bebê de 10 meses em Dracena

Mãe da criança, de Dracena, notou primeiros sintomas quando estava na casa de parentes, em Panorama. Morte da menina foi registrada nesta segunda-feira (4).

DRACENA – Uma criança de 10 meses, de Dracena, morreu nesta segunda-feira (4) no Hospital Regional (HR), em Presidente Prudente, vítima de leishmaniose visceral, após 13 dias de internação.

Karoline Kailaine Melo Zolin Mattos ficou internada no HR durante 13 dias (Foto: Cedida)

Karoline Kailaine Melo Zolin Mattos ficou internada no HR durante 13 dias (Foto: Cedida)

Em nota, o HR informou que “a paciente deu entrada no Pronto-socorro da unidade no dia 22 de novembro, com diagnóstico de leishmaniose visceral, onde permaneceu sob os cuidados intensivos da equipe médica e de enfermagem até a data de hoje [4], quando seu estado de saúde agravou, evoluindo a óbito”.

A mãe de Karoline Kailaine Melo Zolin Mattos é moradora de Dracena, mas estava na casa da avó da criança, em Panorama, quando notou os primeiros sintomas na filha. A suspeita de quadro de leishmaniose foi levantada no hospital de Panorama e a garota foi transferida para o HR.

O corpo da menina foi sepultado na tarde desta segunda-feira (4), no Cemitério Municipal, em Dracena.

A Prefeitura de Dracena, por meio da Secretaria Municipal de Saúde e Higiene Pública, informou que não foi notificada sobre o caso de leishmaniose da criança que morreu na manhã desta segunda-feira (4).

Ainda segundo a Prefeitura, a Secretaria de Saúde entrou em contato com o Núcleo de Vigilância Epidemiológica, em Presidente Prudente, que informou que consta Panorama como município residente da paciente.

A Prefeitura lamentou o ocorrido e expressou suas condolências e solidariedade à família.

Já o secretário de Saúde de Panorama, Adenilson Correia, informou que a criança deu entrada no Pronto-atendimento da cidade no dia 21 de novembro com o quadro de icterícia. Ela chegou sem febre e foram feitos exames de rotina. Constatada a gravidade, segundo Correia, foi feita a transferência para o Hospital Regional, em Presidente Prudente, logo em seguida.

A doença

A doença é causada por protozoários do gênero Leishmania, transmitidos pelo mosquito-palha. Em estágio mais avançado, a doença causa inchaço do fígado e do baço, comprometendo o correto funcionamento do sistema hematológico, e pode atingir também a medula óssea.

Se não tratada, a leishmaniose pode levar à morte em 90% dos casos, segundo o Ministério da Saúde.

Pela convivência no ambiente doméstico, os cães são vistos como intermediários importantes da transmissão da leishmaniose visceral para humanos: o mosquito pica um animal contaminado e passa adiante o protozoário causador da doença ao picar outro animal ou uma pessoa.

Perda de peso, aparecimento de feridas ou descamações de pele, queda anormal de pelos, inchaço das pernas e sangramento do nariz são efeitos da leishmaniose visceral em cachorros. No entanto, a doença pode ser assintomática em muitos casos.

Diferentemente do mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue, que se reproduz em água limpa, o mosquito que transmite a leishmaniose prefere ambientes úmidos com farto material orgânico.

Há apenas um medicamento liberado pelo Ministério da Agricultura para o tratamento da leishmaniose visceral canina, porém, ele não é considerado 100% eficaz.

Embora reduza os sintomas no cão, o medicamento não elimina totalmente o protozoário, de forma que o animal continua sendo um repositório da doença.

O Ministério da Saúde está conduzindo pesquisas para avaliar a relação custo-efetividade do uso de coleiras repelentes como medida de controle.

A vacina preventiva, que pode ser aplicada somente em cães saudáveis, não entrou nas políticas do governo porque os estudos de eficácia foram considerados insuficientes.

A primeira vacina é aplicada em três doses, depois são necessários reforços anuais de aplicação única.

Prevenção

Apesar de ser grave, a leishmaniose visceral em humanos tem tratamento com medicação, mas não vacina.

O combate à doença passa pelo controle da proliferação do mosquito. A limpeza de material orgânico de jardins e a destinação correta do lixo são fundamentais. Os usos de inseticidas e repelentes, bem como de telas milimetradas em portas e janelas, também são recomendados.

G1

 

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