Mãe da criança, de Dracena, notou primeiros sintomas quando estava na casa de parentes, em Panorama. Morte da menina foi registrada nesta segunda-feira (4).
DRACENA – Uma criança de 10 meses, de Dracena, morreu nesta segunda-feira (4) no Hospital Regional (HR), em Presidente Prudente, vítima de leishmaniose visceral, após 13 dias de internação.
Em nota, o HR informou que “a paciente deu entrada no Pronto-socorro da unidade no dia 22 de novembro, com diagnóstico de leishmaniose visceral, onde permaneceu sob os cuidados intensivos da equipe médica e de enfermagem até a data de hoje [4], quando seu estado de saúde agravou, evoluindo a óbito”.
A mãe de Karoline Kailaine Melo Zolin Mattos é moradora de Dracena, mas estava na casa da avó da criança, em Panorama, quando notou os primeiros sintomas na filha. A suspeita de quadro de leishmaniose foi levantada no hospital de Panorama e a garota foi transferida para o HR.
O corpo da menina foi sepultado na tarde desta segunda-feira (4), no Cemitério Municipal, em Dracena.
A Prefeitura de Dracena, por meio da Secretaria Municipal de Saúde e Higiene Pública, informou que não foi notificada sobre o caso de leishmaniose da criança que morreu na manhã desta segunda-feira (4).
Ainda segundo a Prefeitura, a Secretaria de Saúde entrou em contato com o Núcleo de Vigilância Epidemiológica, em Presidente Prudente, que informou que consta Panorama como município residente da paciente.
A Prefeitura lamentou o ocorrido e expressou suas condolências e solidariedade à família.
Já o secretário de Saúde de Panorama, Adenilson Correia, informou que a criança deu entrada no Pronto-atendimento da cidade no dia 21 de novembro com o quadro de icterícia. Ela chegou sem febre e foram feitos exames de rotina. Constatada a gravidade, segundo Correia, foi feita a transferência para o Hospital Regional, em Presidente Prudente, logo em seguida.
A doença
A doença é causada por protozoários do gênero Leishmania, transmitidos pelo mosquito-palha. Em estágio mais avançado, a doença causa inchaço do fígado e do baço, comprometendo o correto funcionamento do sistema hematológico, e pode atingir também a medula óssea.
Se não tratada, a leishmaniose pode levar à morte em 90% dos casos, segundo o Ministério da Saúde.
Pela convivência no ambiente doméstico, os cães são vistos como intermediários importantes da transmissão da leishmaniose visceral para humanos: o mosquito pica um animal contaminado e passa adiante o protozoário causador da doença ao picar outro animal ou uma pessoa.
Perda de peso, aparecimento de feridas ou descamações de pele, queda anormal de pelos, inchaço das pernas e sangramento do nariz são efeitos da leishmaniose visceral em cachorros. No entanto, a doença pode ser assintomática em muitos casos.
Diferentemente do mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue, que se reproduz em água limpa, o mosquito que transmite a leishmaniose prefere ambientes úmidos com farto material orgânico.
Há apenas um medicamento liberado pelo Ministério da Agricultura para o tratamento da leishmaniose visceral canina, porém, ele não é considerado 100% eficaz.
Embora reduza os sintomas no cão, o medicamento não elimina totalmente o protozoário, de forma que o animal continua sendo um repositório da doença.
O Ministério da Saúde está conduzindo pesquisas para avaliar a relação custo-efetividade do uso de coleiras repelentes como medida de controle.
A vacina preventiva, que pode ser aplicada somente em cães saudáveis, não entrou nas políticas do governo porque os estudos de eficácia foram considerados insuficientes.
A primeira vacina é aplicada em três doses, depois são necessários reforços anuais de aplicação única.
Prevenção
Apesar de ser grave, a leishmaniose visceral em humanos tem tratamento com medicação, mas não vacina.
O combate à doença passa pelo controle da proliferação do mosquito. A limpeza de material orgânico de jardins e a destinação correta do lixo são fundamentais. Os usos de inseticidas e repelentes, bem como de telas milimetradas em portas e janelas, também são recomendados.
G1