Polícia lança bombas de gás lacrimogêneo contra manifestantes em Hong Kong — Foto: Tyrone Siu/Reuters.

Protesto proibido em Hong Kong tem confronto entre polícia e manifestantes

Polícia usou gás lacrimogêneo; ato acontece após ataque que deixou dezenas de pessoas feridas em estação de metrô na última semana.

A polícia de Hong Kong lançou bombas de gás lacrimogêneo neste sábado (27) contra manifestantes em um protesto proibido em Yuen Long, perto da fronteira com a China, onde ativistas pró-democracia foram atacados por supostos membros de gangues na semana passada.

Polícia lança bombas de gás lacrimogêneo contra manifestantes em Hong Kong — Foto: Tyrone Siu/Reuters.

Polícia lança bombas de gás lacrimogêneo contra manifestantes em Hong Kong — Foto: Tyrone Siu/Reuters.

Várias emissoras de televisão transmitiram imagens que mostram os agentes lançarem bombas de gás contra uma multidão em Yuen Long, depois de momentos de tensão, em que alguns manifestantes que jogaram objetos na polícia e cercaram uma viatura.

O desconforto se disseminou na população desde que, no último domingo, homens vestindo camisetas brancas, armados com bastões, espancaram manifestantes opositores que voltavam para casa após um protesto, em uma estação e em um vagão do metrô em Yuen Long. Segundo os hospitais, 45 pessoas ficaram feridas.

A polícia, muito criticada por sua lentidão na atuação, informou a prisão de 12 pessoas ligadas a atos violentos, nove das quais ligadas a gangues.

Neste sábado, foi convocado um protesto neste local contra o ataque de domingo, mas a polícia decidiu proibi-lo – algo incomum – alegando que havia o risco de que os manifestantes atacassem os moradores locais.

No entanto, a população de Hong Kong decidiu ignorar as autoridades e seguiu adiante com a organização do protesto.

A marcha começou pacificamente. Mas pequenos grupos de manifestantes radicais, muitos com capacetes e escudos, confrontaram as autoridades, acusadas de apoiar as gangues.

A tensão aumentou rapidamente quando alguns manifestantes jogaram objetos nos agentes e picharam uma van da polícia.

A polícia respondeu jogando gás lacrimogêneo contra a multidão e ocorreram confrontos entre manifestantes e forças de segurança.

Onda de protestos

A onda de protestos começou em 9 de junho em reação a um projeto de lei do governo que autorizava pessoas acusadas de crimes em Hong Kong a serem extraditadas para a China continental.

A uma medida foi vista com preocupação por diversos grupos, que a identificavam como uma potencial ameaça para as liberdades dos moradores da ilha.

Face à forte oposição, o governo suspendeu o projeto, mas a decisão não acalmou os manifestantes. O movimento se ampliou e passou a defender reformas democráticas, sufrágio universal e um freio para cortar liberdade civil no território semiautônomo.

Os manifestantes também querem a renúncia da chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, a retirada definitiva do projeto de lei de extradições, uma investigação independente sobre a violência policial e a anistia das pessoas presas.

G1

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