Operação policial em Murutinga do Sul concentrou-se na casa do vereador Adeildo de Oliveira, o “Kikão” (PTB), de 53 anos. Foto: MANOEL MESSIAS/Mil Noticias

Vereador de Murutinga do Sul é preso em operação da Polícia Civil contra fraude em vestibulares

MURUTINGA DO SUL – O vereador Adeildo de Oliveira, o “Kikão” (PTB), de 53 anos, foi preso manhã de sexta-feira, 12, por força de Mandado de Prisão Temporária expedido pela Comarca de Assis, em operação de combate a uma organização criminosa que “vendia vagas” em universidades. Ele foi preso em casa e não houve resistência. Encaminhado para a Delegacia Seccional de Andradina, tomou ciência do MP e foi encaminhado para uma cadeia da cidade de Assis, na região de Marília. No total 17 pessoas foram presas temporariamente.  

De acordo com a Polícia Civil, ele é irmão do homem suspeito de ser o líder do esquema, mas a participação do vereador ainda não foi revelada pela polícia. Porém, para a reportagem ele disse informalmente que não tem nenhum envolvimento, mas se errou, foi ter deixado o irmão fazer depósito em sua conta, mas não se beneficiou de nada com isso.

APREENSÕES

Além de apreensão de documentos, muito dinheiro, pen drives e notebook em algumas cidades alvos da operação, a Polícia Civil também apreendeu a caminhonete Toyota Hillux, na cor branca, pertencente ao vereador ‘Kikão’.

OPERAÇÃO ASCLÉPIO

A Polícia Civil de São Paulo, através da Delegacia Seccional de Polícia de Assis – DEINTER-8, em parceria com o Ministério Público do Estado de São Paulo, deflagrou na sexta-feira (12), a Operação ASCLÉPIO, com objetivo de combater organização criminosa que realiza fraudes em vestibulares para curso de medicina.

As investigações tiveram início através de notícia de eventual esquema de fraude no vestibular para o curso de medicina da Fundação Educacional do Município de Assis – FEMA, ocorrido em abril de 2017, onde sua direção teria descoberto que terceiras pessoas haviam se passado por cinco candidatos e realizaram as provas, entretanto, a entidade organizadora do certame – VUNESP – constatou inconsistências nas identificações datiloscópicas, assinaturas na folha de respostas e também nas imagens captadas dos candidatos, com as coletadas dos alunos aprovados e posteriormente matriculados no curso.

Assim, instaurou-se Inquérito Policial nº 01/2018 para apurar os crimes de Organização Criminosa (art. 2º da Lei nº 12.850/2013), Estelionato (art. 171 CP) e Falsificação de Documento Público (art. 297 do CP) e no curso das investigações, identificou-se a pessoa de Adeli de Oliveira como o principal articulador de engenhoso esquema de venda de vagas para ingresso no curso de medicina e, igualmente, no processo seletivo de transferência de alunos para o mesmo curso em faculdades do Estado de São Paulo, tudo mediante pagamento de valores entre R$ 80 mil e R$ 120 mil por vaga, negociados de forma parcelada ou até mediante permuta de bens móveis e imóveis.

Com o avanço das diligências, apurou-se a constituição de sofisticada organização criminosa composta de 3 (três) grupos, todos interligados: 1) Grupo Familiar; 2) Grupo dos Captadores e vendedores de vagas; e 3) Grupo de Intermediários na Universidade Brasil.

O primeiro grupo da organização criminosa é comandado pelo investigado Adeli de Oliveira, que coordena detalhadamente todas as ações, assim como que se vale dos trabalhos de vários subordinados, seus familiares, para organização, preparação das ações criminosas, recebimento e ocultação dos proventos ilícitos.

O segundo grupo surgiu pela necessidade de trazer captadores e vendedores de vagas, pois como o número de aluno é enorme, Adeli de Oliveira, apenas com seus familiares, não teria condições de atender a oferta de vagas em Universidades particulares e a procura dos alunos, valendo-se de outras pessoas para compor o esquema criminoso.

O terceiro grupo por seu turno é o de pessoas ligadas a Universidade Brasil, que possui faculdade de medicina com campus em Fernandópolis-SP, sem os quais seria impossível o êxito do engenho criminoso, sendo identificados também como integrantes da organização criminosa.

A operação contou com a participação de 350 policiais civis apoiados em cada região do Estado, Policiais Civis de Minas Gerais e Promotores de Justiça do Ministério Público do Estado de São Paulo.

– 17 prisões temporárias cumpridas e 55 buscas autorizadas pela Justiça.

A polícia Civil de Assis busca identificar investigados que a quadrilha usava como “clone” para fraudar os vestibulares. Quem souber da identidade de referidas pessoas pode auxiliar através do telefone 181 (disque denúncia), pelo e-mail cip.assis@policiacivil.sp.gov.br ou https://www.webdenuncia.org.br

Até o momento da deflagração da operação, não foi possível identificar-se as pessoas que se passaram pelos reais candidatos do vestibular, cujas fotos ora exibidas para esse objetivo, porque há forte suspeita de serem de outros estados da federação.

Nesse sentido a Polícia Civil solicita o apoio da população para que tais indivíduos sejam identificados e responsabilizados como membros da organização criminosa.

Maiores informações podem ser obtidas na Delegacia Seccional de Polícia de Assis através do telefone (18) 3302-9222

FERNANDÓPOLIS

Polícia faz operação na Universidade Brasil em Fernandópolis

A investigação também apontou que um grupo de pessoas ligadas à Universidade Brasil, que possui faculdade de Medicina em Fernandópolis (SP), também estaria envolvido no esquema.

Duas pessoas foram presas temporariamente em Fernandópolis, mas segundo a polícia elas não trabalhavam na universidade e, sim, faziam parte da quadrilha. A polícia diz que, essas pessoas eram consideradas integrantes desta organização criminosa.

Um terceiro grupo ligado a organização criminosa atuava na Universidade Brasil em Fernandópolis, onde foram cumpridos mandados de busca e apreensão de documentos também na manhã de sexta-feira, 12. Alguns funcionários, além de outras pessoas da cidade foram levados para prestar depoimento na Delegacia Seccional de Fernandópolis. Ainda não há informação se ficariam presas. (Com informações da Delegacia Seccional de Assis)

MIL NOTICIAS/Agência

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