Corpo foi encontrado em caminhonete abandonada em canavial (Foto: Divulgação)

Corpo encontrado em caminhonete era de professor

Seis adultos foram presos pelo crime e um adolescente de 13 anos apreendido; um dos acusados era procurado por participar de quadrilha especializada em roubo de caminhonetes

BIRIGUI – O corpo encontrado na noite de segunda-feira (27) em uma caminhonete em um canavial, em Birigui (SP), é do professor Marcos Antônio Jorge da Silva, 46 anos, residente no bairro Monte Líbano.

Ele estava com as mãos amarradas para trás e foi executado. Outra vítima, um engenheiro florestal de 34 anos, conseguiu pular da carroceria da caminhonete em movimento quando era levado com amigo para o local do crime e ajudou a polícia a identificar os autores.

Ao todo, quatro homens e duas mulheres foram presos e um adolescente de 13 anos, apreendido. Eles devem ser indiciados por homicídio qualificado. Com o grupo a polícia apreendeu mais de R$ 5 mil em dinheiro, aparentemente em cédulas falsas. 

Um dos acusados é o mecânico de automóveis Anderson Matias Guedes Santos, 35 anos, que era foragido da Justiça. Ele era procurado na região, acusado de participar de uma quadrilha especializada em roubos de caminhonetes na zona rural.

Novilha furtada

O engenheiro florestal contou à polícia que acompanhou o professor até um sítio no bairro rural Baixotes para encontrar um retireiro de 34 anos, pois havia informações de que uma novilha furtada cerca de dois meses atrás, estaria nessa propriedade.

De acordo com ele, ao chegar no sítio, eles foram recebidos por sete pessoas, quatro homens, duas mulheres e um adolescente – seis delas estavam armadas e portavam até armas longas.

Segundo o engenheiro ambiental, os acusados passaram a dizer que, por terem ido ao sítio, eles deveriam morrer, e passaram a agredi-los, inclusive com coronhadas.

Amarrados

Após as agressões, os dois foram amarrados. O adolescente teria ajudado. O engenheiro foi colocado na caçamba da caminhonete dele e o professor, no banco passageiro, com os braços amarrados para trás.

Anderson, acusado de integrar a quadrilha especializada em roubos de caminhonetes, foi identificado como sendo a pessoa que conduziu o veículo em direção ao córrego Baixotes.

De acordo com a vítima, o veículo era acompanhado por um VW Gol ocupado por quatro pessoas.

Pulou

Quando estavam a cerca de 300 metros da curva da igreja do bairro Baixotes, o engenheiro ambiental conseguiu se desamarrar, abriu a tampa da caçamba do veículo e pulou, fugindo por um canavial.

Assim que ele escapou, ouviu disparos de arma de fogo e suspeita que tenha sido atingido de raspão na cabeça por um dos tiros.

De acordo com ele, algumas pessoas tentaram segui-lo, por isso se escondeu no canavial e parou de correr. Em seguida, ouviu mais três disparos, tiros que acredita terem sido os que mataram o professor.

O engenheiro contou que permaneceu no canavial por algum tempo e quando a polícia chegou, imaginando que poderiam ser os acusados, fugiu novamente e pediu ajuda em uma propriedade, na qual o morador comunicou a polícia.

Prisões

Enquanto os policiais estavam pelo local, quatro pessoas se aproximaram em um veículo GM Vectra verde. Ao verem as motos da Rocam (Ronda Ostensiva com Auxílio de Motocicletas), o condutor freou o carro e tentou dar marcha à ré, mas foi detido.

O Vectra era conduzido por um borracheiro de 53 anos, residente no Portal da Pérola 2, que estava acompanhado de Anderson, do retireiro e de um lavrador de 25 anos, morador em Brejo Alegre.

Em vistoria no veículo, os policiais encontraram uma corrente de ouro que foi reconhecida pelo engenheiro como sendo roubada dele e um galão com cinco litros com gasolina.

Os acusados negaram participação no crime, mas em conversa com os policiais, o lavrador comentou que o combustível seria usado para queimar uma caminhonete. Ele alegou que estava em Birigui quando recebeu o telefonema de Anderson pedindo gasolina para queimar o veículo, sem dar detalhes.

Execução

O lavrador levou os policiais militares até onde a caminhonete estava, ou seja, em um carreador do canavial, a cerca de 300 metros do local onde os acusados foram abordados.

O corpo do professor, que segundo a polícia tem o apelido de Mad Max, estava com as mãos amarradas para trás. Ele levou um tiro na nuca, um no peito e outro no ombro.

Ainda de acordo com a polícia, foi encontrada uma pistola tipo bereta calibre 635 na parte de trás da cintura da vítima. A arma estava carregada com nove munições intactas.

Mulheres

Outra equipe foi até o sítio no qual as vítimas foram rendidas e abordaram as duas mulheres e o adolescente, que é filho de uma delas.

A que tem 29 anos, mora na propriedade, é companheira do retireiro e mãe do adolescente. A outra tem 36 anos e também mora no sítio. Ela é irmã do retireiro e companheira do borracheiro.

Segundo a polícia, os três negaram participação nos crimes, mas foram reconhecidos pelo engenheiro ambiental por meio de fotografias.

A vítima disse ainda que todos estavam no sítio quando esteve no local com o professor, contrariando a versão do lavrador de que teria recebido um telefonema de Anderson pedindo gasolina.

Ainda de acordo com o engenheiro, todos estavam armados, alguns com arma de fogo e outros com armas brancas. Ele contou que parte do grupo o agrediu e o amarrou, assim como fez com o professor, e todos falavam em matá-los.

Perícia

O local onde a caminhonete foi encontrada foi periciado, assim como o veículo.  Também foram realizadas buscas no sítio, onde foram localizados, na cobertura de um cercado onde ficam os porcos, R$ 5.450,00.

As cédulas aparentemente são falsas, de acordo com a polícia. Elas foram apreendidas e serão encaminhadas à Delegacia da Polícia Federal para identificação da procedência.

Também foi recolhido um Gol, dentro do qual havia uma cápsula de pistola calibre 357 deflagrada.

Quadrilha

O delegado Marcel Basso, que estava de plantão em Birigui, foi aos locais periciados acompanhado de um investigador. Ele requisitou a realização de exame residuográfico nos investigados e o corpo do professor foi encaminhado para exame necroscópico no IML (Instituto Médico Legal) de Araçatuba.

Diante das evidências, o delegado decidiu pela prisão em flagrante dos seis acusados e a apreensão do adolescente, por considerar que agiram em conjunto para a execução do homicídio qualificado e da tentativa de homicídio qualificado contra o engenheiro florestal.

Fonte: Hoje+aracatuba.com.br 

Comments are closed.

error: Solicite a matéria por email!