Escritório Regional do Itesp em Rosana (Foto: Cedida/Polícia Civil)

Operação Tellus prende funcionário do Itesp investigado pelo recebimento de propina na destinação de lotes da reforma agrária

Polícia Civil apura entre os envolvidos a prática dos crimes de associação criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva, falsidade ideológica e falsificação de documento público.

ROSANA – A Polícia Civil prendeu nesta segunda-feira (25), em Rosana (SP), um funcionário da Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) que é investigado por supostas irregularidades cometidas mediante o suposto recebimento de propina para a destinação de lotes de assentamentos rurais da reforma agrária.

Escritório Regional do Itesp em Rosana (Foto: Cedida/Polícia Civil)

Escritório Regional do Itesp em Rosana (Foto: Cedida/Polícia Civil)

Operação Tellus apreendeu documentos e celular em Rosana (Foto: Cedida/Polícia Civil)

Operação Tellus apreendeu documentos e celular em Rosana (Foto: Cedida/Polícia Civil)

O homem, de 42 anos, foi detido no momento em que trabalhava no escritório do órgão estadual, em Rosana, em cumprimento a um mandado de prisão temporária por cinco dias expedido pela Justiça.

Ainda com autorização judicial, os policiais cumpriram mandados de busca e apreensão no próprio escritório do Itesp e na casa do funcionário, também em Rosana, que resultaram no recolhimento de documentos e de um aparelho de telefone celular.

O delegado responsável pelo caso, Ramon Euclides Guarnieri Pedrão, adiantou ao G1 que as apreensões já corroboraram as investigações realizadas pela Polícia Civil.

A Operação Tellus, nome dado aos trabalhos que culminaram com a prisão e as apreensões nesta segunda-feira (25), tem oito pessoas na mira nas investigações, segundo Pedrão contou ao G1.

A Polícia Civil investiga entre os envolvidos a prática dos crimes de associação criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva, falsidade ideológica e falsificação de documento público.

A denúncia que deu início às investigações partiu da própria direção do órgão estadual, segundo o delegado. Pedrão esclareceu ainda que o Itesp está colaborando com as investigações.

A Operação Tellus apura que o funcionário estaria praticando irregularidades, inclusive com alteração de dados cadastrais, a fim de proporcionar a pessoas por ele indicadas a obtenção de posse de lotes rurais geridos pelo Itesp.

Para a aquisição de tais lotes, é necessária residência na região há, pelo menos, dois anos. No entanto, cópias de documentos apontaram que foram inseridas informações falsas sobre o local da residência de dois casais interessados em obter lotes em assentamentos rurais da reforma agrária. Eles contariam com a ajuda de um “intermediário”, que faria a tramitação burocrática junto ao Itesp.

Os documentos apresentados ao Itesp indicavam que os casais seriam moradores de Rosana e do município vizinho de Euclides da Cunha Paulista (SP), nos últimos dois anos. No entanto, segundo informações prestadas pelo homem apontado como “intermediário” da negociação, todos residiam no Estado do Paraná.

De um dos casais, o intermediário teria recebido R$ 3 mil, valor que já haveria sido, inclusive, repassado ao funcionário do Itesp.

Segundo o intermediário, o funcionário preso nesta segunda-feira (25) teria dito que cobraria o valor de R$ 6 mil para a realização dos cadastros dos dois casais.

O nome da operação faz referência ao termo que significa “terra” em latim.

Em nota o Itesp informou que o escritório do órgão em Rosana detectou a irregularidade e a instituição instaurou processo administrativo sancionatório.

“Foi deliberada a instauração de sindicância em face do servidor. O Itesp denunciou o caso à Polícia Civil. Esta é uma situação atípica que tem que ser punida rigorosamente em nome da integridade e da precisão do trabalho que a instituição presta aos beneficiários atendidos”, salientou.

G1

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