O ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci está preso desde setembro do ano passado em Curitiba (Foto: Rodolfo Buhrer/Reuters ).

Moro interroga Palocci em ação da Lava Jato que apura se ex-ministro recebeu propina da Odebrecht

Segundo denúncia, dinheiro seria para atuar a favor da empreiteira entre 2006 e 2013. Branislav Kontic, ex-assessor de Palocci, também será ouvido nesta quinta-feira (20).

O ex-ministro Antonio Palocci será interrogado pelo juiz federal Sérgio Moro, nesta quinta-feira (20), em ação penal da Lava Jato que apura se ele recebeu propina para atuar a favor da Odebrecht. Ele chegou à sede da Justiça pouco antes do início da audiência, marcada para às 10h.

O ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci está preso desde setembro do ano passado em Curitiba (Foto: Rodolfo Buhrer/Reuters ).

O ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci está preso desde setembro do ano passado em Curitiba (Foto: Rodolfo Buhrer/Reuters ).

Moro, que é responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, ouve também o ex-assessor de Palocci, Branislav Kontic, na sede da Justiça Federal do Paraná, em Curitiba. Os dois são acusados dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro na ação.

Ainda não há informações sobre qual dos dois investigados está sendo interrogado primeiro.

Palocci foi preso no dia 26 de setembro pela 35º fase da Operação Lava Jato. Ele foi ministro da Casa Civil no governo Dilma Rousseff e ministro da Fazenda de Lula – ambos do Partido dos Trabalhadores (PT). O ex-ministro está detido na carceragem da Polícia Federal (PF), na capital paranaense.

Kontic foi preso no mesmo dia que Palocci, mas deixou a cadeia em 15 de dezembro de 2016, depois de uma decisão da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), que trocou a prisão preventiva por medidas cautelares alternativas.

Os dois são os últimos réus a serem interrogados pelo juiz no processo. Ainda nesta quarta, após os interrogatórios, as defesas e a acusação podem solicitar diligências complementares, que serão analisadas por Sérgio Moro. Na sequência, o magistrado determina os prazos para apresentação das alegações finais, última fase do processo antes da sentença.

Além de Palocci e Kontic, estão entre os réus o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque e o ex-presidente da Odebrecht S.A. Marcelo Odebrecht.

A acusação

O processo apura se Palocci recebeu propina para atuar em favor do Grupo Odebrecht, entre 2006 e o final de 2013, interferindo em decisões tomadas pelo governo federal. Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), o ex-ministro também teria participado de conversas sobre a compra de um terreno para a sede do Instituto Lula, que foi feita pela Odebrecht, conforme as denúncias.

A denúncia trata de pagamentos feitos para beneficiar a empresa SeteBrasil, que fechou contratos com a Petrobras para a construção de 21 sondas de perfuração no pré-sal. O caso foi delatado pelo ex-gerente de Serviços da Petrobras, Pedro Barusco.

As investigações mostram que o valor pago pela Odebrecht a título de propina pela intermediação do negócio chegou a R$ 252.586.466,55. Esse valor foi dividido entre as pessoas que aparecem na denúncia. Em troca disso, a empresa firmou contratos que, somados, chegaram a R$ 28 bilhões.

G1

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