Carro-forte ficou destruído após ataque na Rodovia Carlos Tonani (Foto: Luciano Tolentino/EPTV).

PF diz que lei proíbe armas pesadas para equipes de carros-fortes em SP

SindForte cobrou armamento mais potentes aos vigilantes das empresas.Pedido ocorreu três dias após explosão e roubo a carro-forte em Barrinha.

BARRINHA/SP – A Polícia Federal informou que não tem autoridade ou autorização para permitir que vigilantes de carros-fortes utilizem armamentos mais pesados em relação aos que usam atualmente. Isso porque, os tipos de armas usadas pelos seguranças – revólveres, pistolas e carabinas – são definidos por lei.

A explicação foi enviada em nota ao G1, após o Sindicato dos Trabalhadores em Serviços de Carro-Forte de São Paulo (Sindforte) cobrar mudanças na legislação que permitam aos vigilantes das empresas de transportes de valores usarem armamento mais potente.

Carro-forte ficou destruído após ataque na Rodovia Carlos Tonani (Foto: Luciano Tolentino/EPTV).

Carro-forte ficou destruído após ataque na Rodovia Carlos Tonani (Foto: Luciano Tolentino/EPTV).

Na última segunda-feira (13), um veículo foi atacado por uma quadrilha quando transportava dinheiro de Jaboticabal (SP) e cidades da região para a sede da empresa em Ribeirão Preto (SP). Nenhum vigilante ficou ferido, mas um policial militar morreu baleado pelos suspeitos.

O soldado da PM Erik Henrique Ardenghe, de 28 anos, foi morto pelos suspeitos (Foto: Reprodução/EPTV).

O soldado da PM Erik Henrique Ardenghe, de 28 anos, foi morto pelos suspeitos (Foto: Reprodução/EPTV).

Os criminosos explodiram o carro-forte na Rodovia Carlos Tonani (SP-333), próximo a Barrinha (SP). Ao todo, 12 pessoas fortemente armadas participaram da ação. Os suspeitos renderam os vigilantes e ordenaram que desocupassem o veículo, antes de explodi-lo com dinamites. Parte do dinheiro foi roubado.

O coronel da PM Humberto Gouvea Figueiredo negou ter havido confronto entre policiais e criminosos. Ele afirma que o policial morto não teve chances de reagir e diz que Erik Henrique Ardenghe, de 28 anos, morreu após sero baleado com um tiro de fuzil na cabeça.

Armas mais potentes

Três dias após o ataque, o advogado do SindForte-SP, Eduardo Augusto de Oliveira, cobrou mudanças na legislação para que os vigilantes possam usar armas mais potentes e consigam evitar assaltos como o que ocorreu em Barrinha.

Ainda segundo Oliveira, as empresas também precisam implantar medidas que garantam a segurança dos funcionários e inviabilizem os assaltos, como a redução dos valores transportados em cada veículo e o estudo prévio dos itinerários dos carros-fortes.

Em nota, a Polícia Federal explicou que, atualmente, os vigilantes podem usar apenas revólveres calibre 32 e 38, carabina de repetição calibre 38, espingarda de uso permitido calibres 12, 16 e 20, e pistolas calibre 380 e 7.65.

Além disso, a PF informou que não pode autorizar o uso de armamento mais potente por determinação da lei 10.826/2003. Sendo assim, a PF alegou que não existe a possibilidade de exigir ou autorizar que mais elementos de segurança sejam implementados.

O assalto

O roubo ao carro-forte ocorreu por volta de 19h de segunda-feira, próximo ao quilômetro 100 da Rodovia Carlos Tonani. O veículo havia sido carregado com dinheiro em Jaboticabal (SP) e cidades próximas, e seguia para Ribeirão Preto.

Em um Honda CR-V, os suspeitos ultrapassaram o carro-forte e passaram a atirar contra ele com a intenção de atingir o motor. A viatura deixou então a pista e parou no canteiro central. Os assaltantes ordenaram que os vigilantes desocupassem o carro.

Em depoimento, os seguranças disseram ter visto um dos ladrões com arma longa, encapuzado e com colete à prova de balas. Os suspeitos mandaram os funcionários deixarem suas armas na rodovia e fugirem.

As vítimas seguiram a pé por um canavial em direção a Barrinha, mas continuaram ouvindo disparos. Os vigilantes também avistaram dois veículos – que não conseguiram identificar o modelo – se aproximando do local do crime, segundo o boletim de ocorrência.

Ainda de acordo com a polícia, a quadrilha usou dinamite para explodir o cofre do carro-forte. Parte do dinheiro foi levada e o restante deixado no local. O valor roubado não foi informado pela empresa de transporte de valores.

Na ação, o soldado da PM Erik Henrique Ardenghe, de 28 anos, acabou baleado e morto pelo grupo durante perseguição a uma caminhonete que, mais tarde, descobriu-se pertencer a uma usina de açúcar, sem qualquer envolvimento com a ação.

G1

Comments are closed.

error: Solicite a matéria por email!