O Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) de São Paulo foi chamado para retirar um explosivo que foi deixado pelo grupo dentro do prédio da Prosegur (Foto: Paulo Souza/EPTV).

Justiça aceita denúncia contra grupo por ataque à Prosegur em Ribeirão

Oito são acusados por organização criminosa; penas passam de 100 anos.Quadrilha levou R$ 51 milhões em julho de 2016; duas pessoas morreram.

RIBEIRÃO PRETO/SP – A Justiça aceitou denúncias contra oito acusados de participação no mega-assalto à empresa de transporte de valores Prosegur em julho do ano passado em Ribeirão Preto (SP). Em duas ações penais, os réus respondem por organização criminosa armada, latrocínio múltiplo, entre outros delitos que, somados, ultrapassam os 100 anos de prisão, segundo informações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).

O caso corre em segredo de Justiça.

O Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) de São Paulo foi chamado para retirar um explosivo que foi deixado pelo grupo dentro do prédio da Prosegur (Foto: Paulo Souza/EPTV).

O Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) de São Paulo foi chamado para retirar um explosivo que foi deixado pelo grupo dentro do prédio da Prosegur (Foto: Paulo Souza/EPTV).

A quadrilha atacou a empresa de transporte de valores na Avenida Saudade, no bairro Campos Elíseos, em 5 de julho de 2016. Com armamento pesado, os assaltantes trocaram tiros com a polícia, incendiaram veículos, explodiram um transformador de energia do bairro e, após mais de uma hora, levaram R$ 51,2 milhões. Duas pessoas – um morador de rua e um dos suspeitos – morreram.

No final do ano passado, a Prosegur desativou sua antiga sede por questões de segurança e abriu uma nova base no Parque Industrial Lagoinha. Um cofre supostamente roubado da firma foi encontrado na casa de um dos suspeitos em janeiro.

Ações penais

Na primeira das ações ajuizadas pelo Gaeco, os promotores acusam quatro homens entre 20 e 40 anos por envolvimento direto no assalto. Eles respondem por organização criminosa armada, latrocínio múltiplo, incêndios com morte, explosões, disparos em via pública e locais habitados, roubo, posse de armas e munições militares, posse de explosivos e receptação, delitos que totalizam mais de 100 anos de prisão.

Na segundo ação penal, outros quatro são acusados de fornecer os veículos blindados utilizados no crime. Segundo o MP, eles compraram os automóveis por meio de “laranjas” para que não fossem descobertos. Os carros foram encontrados durante as investigações na zona rural de Jardinópolis na manhã seguinte ao assalto à Prosegur.

Eles responderão por organização criminosa, com penas que podem chegar a 12 anos de reclusão. Contra os acusados não há indícios de participação direta no ataque, de acordo com o Gaeco.

Dos réus, dois foram presos em Caldas Novas (GO) com R$ 160 mil e um foi detido em Ribeirão Preto (SP) com R$ 34 mil e armas.

Eles eram vigilantes da Protege e tinham informações privilegiadas sobre a rotina de trabalho nas empresas de segurança e transporte de valores.

Também foram identificados dois outros participantes, um deles preso e outro, apontado como líder do ataque, está foragido.

Ao menos outros dois foram presos pela Polícia Civil em São Paulo e Atibaia.

O mega-assalto

A ação, na madrugada de 5 de julho, durou cerca de uma hora. A quadrilha bloqueou as ruas de acesso à Avenida Saudade usando veículos e espalhou pregos pelas vias para dificultar a aproximação da Polícia Militar.

Em seguida, o grupo atirou contra um transformador de energia, deixando 2,2 mil imóveis e as ruas do bairro Campos Elíseos no escuro. Vizinhos da empresa ficaram no meio do fogo cruzado e alguns conseguiram filmar a ação.

Ao todo, 15 veículos foram usados no assalto, sendo que três foram queimados e outros sete abandonados em um canavial. Na Rodovia Anhanguera (SP-330), um policial rodoviário foi morto com um tiro na cabeça, durante a fuga da quadrilha.

Um morador de rua de 38 anos que teria sido usado como escudo pelos suspeitos também morreu queimado após o assalto. O homem estava próximo a um dos veículos que foi incendiado pelo grupo.

O diretor do Deinter-3, João Osinski Junior, disse que o grupo estava preparado para enfrentar um batalhão. Segundo o delegado, mais de mil tiros de fuzil foram disparados em 40 minutos contra os policiais.

 

G1

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