Shinzo Abe morreu aos 67 anos. Foto: Jorge Silva / Reuters

Ex-premiê do Japão morre após atentado a tiros durante campanha

Shinzo Abe foi baleado durante comício realizado nesta sexta-feira, 8, na cidade de Nara

JAPÃO – Shinzo Abe, ex-primeiro ministro do Japão, morreu nesta sexta-feira, 8, após ser alvo de um atentado a tiros durante um discurso para as eleições parlamentares japonesas na cidade de Nara.

Um homem abriu fogo sobre Abe, que tinha 67 anos, por trás com uma arma aparentemente caseira enquanto o ex-premiê discursava na cidade de Nara, no oeste do país, noticiou a mídia japonesa.

Foi o primeiro assassinato de um ex-premiê ou de um primeiro-ministro no cargo no Japão desde os dias do militarismo pré-guerra no país, na década de 1930.

O hospital para onde Abe foi levado na tentativa de salvá-lo disse que o ex-premiê morreu às 17h03 (horário local, 5h03, em Brasília), cerca de cinco horas e meia depois que ele foi baleado. Um médico disse que Abe sangrou até a morte devido a dois ferimentos profundos, um deles no lado direito de seu pescoço. Ele não tinha sinais vitais quando deu entrada no hospital.

Em fala antes do anúncio da morte de Abe, o atual primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, condenou o ataque nos “termos mais fortes”, enquanto o povo japonês e os líderes mundiais expressaram choque.

“Este ataque é um ato de brutalidade que aconteceu durante as eleições – o próprio fundamento de nossa democracia – e é absolutamente imperdoável”, disse Kishida, lutando para manter suas emoções sob controle.

Um funcionário dos bombeiros disse que Abe parecia estar em estado de parada cardíaca quando foi levado ao hospital por via aérea.

A polícia disse que um homem de 41 anos suspeito de ter realizado os disparos havia sido preso. A emissora NHK afirmou que o suspeito, identificado como Tetsuya Yamagami, disse à polícia que estava insatisfeito com Abe e que queria matá-lo.

Abe fazia um discurso de campanha do lado de fora de uma estação de trem quando dois tiros foram disparados por volta das 11h30 (horário local, 23h30 da quinta-feira em Brasília). Agentes das forças de segurança foram então vistos avançando sobre um homem com uma camiseta cinza e calças bege.

“Houve um estrondo alto e depois fumaça”, disse o empresário Makoto Ichikawa, que estava no local, à Reuters, acrescentando que a arma era do tamanho de uma câmera de televisão.

“O primeiro tiro, ninguém sabia o que estava acontecendo, mas após o segundo tiro, o que parecia ser uma polícia especial avançou sobre ele.”

Quem é Yamagami Tetsuya, preso após assassinato de Shinzo Abe

Yamagami Tetsuya foi preso pela polícia japonesa assim que feriu, com dois tiros, o ex-primeiro-ministro do Japão Shinzo Abe, na madrugada desta sexta-feira (8) no horário de Brasília. Segundo a imprensa japonesa, Tetsuya é um desempregado de 41 anos e ex-membro das Forças de Autodefesa Marítima japonesas. Ele é natural de Nara e foi detido segurando a arma do crime.

O homem de 41 anos preso em flagrante pelo assassinato do ex-premiê do Japão Shinzo Abe, disse que não tinha “rancor contra as convicções” do político.   

No entanto, de acordo com investigadores citados pela imprensa japonesa, ele também afirmou que estava “frustrado e insatisfeito” com Abe, que renunciara ao cargo de primeiro-ministro em setembro de 2020 por motivos de saúde.

Abe foi baleado pelas costas e morreu em função de uma hemorragia interna provocada pelos ferimentos no tórax e no pescoço.

Yamagami teria usado uma arma artesanal para matar o ex-premiê, já que o código armamentista japonês é extremamente rígido. O Japão tem uma das menores taxas do mundo de crimes cometidos com armas de fogo. Segundo a Agência Nacional de Polícia, houve, em 2017, apenas 22 crimes cometidos com armas de fogo – deixando 3 mortos e 5 feridos.

No Brasil, em 2017, foram contabilizados 63.880 mortes violentas, o maior índice da história. Isso equivale a 30,8 homicídios para cada 100 mil pessoas.  (Com informações da Reuters)

Fonte: Terra

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