Mortes tem levado famílias de detentos ao desespero. Foto: MANOEL MESSIAS/Agência

Penitenciária de Andradina registra 2º assassinato de presos em menos de uma semana

É o quinto assassinato ocorrido no presídio desde o início do ano passado; unidade tem capacidade para 1.297 sentenciados, mas abriga 1.818. Mães dos detentos estão desesperadas com a situação  

ANDRADINA – O presidiário Thiago Matheus Aleo, 33 anos, originário de Catanduva/SP, foi morto na noite de sexta-feira, 25, na Penitenciária de Andradina, por sufocamento com um toalha, praticado por seu companheiro de cela  Andrews Nunes Machado, de 30 anos. Ele alega que foi atacado pela vítima. A Polícia Civil foi acionada, tendo comparecido o delegado responsável, que determinou acionamento da perícia criminal no local. O corpo de Thiago foi trasladado por uma funerária de Catanduva, onde moram seus familiares.

Mortes tem levado famílias de detentos ao desespero. Foto: MANOEL MESSIAS/Agência

Mortes tem levado famílias de detentos ao desespero. Foto: MANOEL MESSIAS/Agência

Segundo o apurado, o assassinato foi constatado próximo das 23 de sexta-feira (25), quando um policial penal da Penitenciária de Andradina, noticiava que estava de serviço naquela data, quando percebeu um barulho na galeria de preso. Ao chegar para tomar ciência do que se tratava, percebeu que Thiago Matheus Aleo havia sido morto por um dos presos na cela de inclusão.

Ao questionar qual dos presos havia cometido o homicídio, Andrews Nunes Machado confessou tê-lo matado, dizendo que fez em função de ter sido atacado por Thiago com uma escova de dentes afiada como uma faca, entrando em luta corporal com o mesmo e o acusado o sufocou com uma toalha.

Depois de elaborado boletim de ocorrência no plantão policial, o delegado determinou a preservação do local e acionamento da perícia criminal no local, além de requisição de exame de corpo de delito no suspeito e apreensão dos objetos utilizados no crime (escova de dente e toalha).

O autor foi separado dos demais presos e colocado em uma ala disciplinar diferente da que estava. A administração penitenciária instaurou inquérito para apurar o caso.

SEGUNDA MORTE EM UMA SEMANA

Dois dias antes, na noite de terça-feira (22), o sentenciando Carlos Augusto Fanin, 37, foi assassinado pelo companheiro de cela, Guilherme Sacomani Bastos, 25, também na penitenciária de Andradina. O autor alegou que já tinha desavenças com a vítima do tempo em que moravam em Campinas e de quando cumpriram pena juntos, em Guareí.

Ele argumentou que teria sido atacado pela vítima, que estaria armada com dois pedaços de cabo de vassouras. Disse que durante a briga conseguiu desarmar Fanin e aplicou um mata-leão nele, que o fez perder os sentidos.

Em seguida, o arrastou para um canto da cela, cortou o pescoço, o tórax e a barriga dele usando uma gilete e usou um lençol para estrangulá-lo. Acreditando que a vítima ainda estivesse viva ele desferiu socos e chutes na cabeça e ao perceber que o colega de cela estava morto, jogou cinzas do cigarro que havia fumado na boca dele.

ACIMA DA CAPACIDADE

Unidade prisional de Andradina tem capacidade para 1.297 internos, mas está com 1.818, segundo a SAP (Secretaria de Administração Penitenciária). 

DESESPERO DAS FAMÍLIAS

Dezenas de familiares dos presos que se encontram recolhidos na penitenciárias de Andradina entraram em contato com a reportagem do site Mil Noticias querendo mais informações e até a matéria sobre o ocorrido, já que haviam muitos falatórios mas ainda nãos e tinha nada de concreto.

Uma das parentes de um dos presos que se encontra detido por Andradina entrou em contato com a mãe do homem morto, mas ela não tem condições emocionais de conceder uma entrevista. Mesmo assim, as diversas mulheres que entraram em contato com a reportagem relataram o sofrimento e o desespero com o clima de medo que tomou conta da unidade prisional de Andradina.

Elas pedem que a administração do presídio de Andradina não coloque diferentes simpatizantes de facções juntos quando estiverem de “castigo” na ala disciplinar. Como a ala desse tipo de punição é de menor capacidade, os presos ficam juntos e brigas podem ocorrer a qualquer momento, como a que aconteceu”, disseram elas.

5 MORTES DE DETENTOS EM POUCO MAIS DE 1 ANOS

Já são cinco assassinatos registrados na penitenciária de Andradina por brigas entre detentos desde o início do ano passado.

Foi questionado o fato de o acusado do homicídio de terça-feira, 22, ter relatado que já possuía uma rixa antiga com a vítima e ter sido colocado na mesma cela.

Segundo a SAP, quando há inclusão de um reeducando em qualquer unidade prisional da Pasta é realizada uma entrevista na qual os presos devem informar se têm algum empecilho que não permita o convívio deles nos pavilhões habitacionais com os demais presos. “No caso em questão, os dois reeducandos não fizeram nenhuma observação quando entrevistados pelo diretor de Segurança da unidade”, afirma.

O preso que foi morto na terça-feira cumpria pena desde 6 de maio de 2016 por roubo, receptação e tráfico de drogas. Já o autor do homicídio foi condenado por roubo e cumpre pena desde 19 de abril de 2017. (com informações do site Hoje Mais Araçatuba)

MIL NOTICIAS/Agência

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