ANDRADINA – Uma tragédia se abateu sobre Andradina e provocou comoção na tarde desta terça-feira (04), quando o mecânico Nelson Boaventura da Silva, de 54 anos, residente na rua Jesus Trujillo, ao lado da EMEF Josepha de Jesus Carreira, bairro Benfica, matou a esposa Rita Fernandes Soares, 52 anos, com golpes de marreta, facadas e ferro de passar roupas. Ela ainda foi socorrida pelos bombeiros até a UPA – Unidade de Pronto Atendimento, mas não resistiu aos ferimentos. Ele foi preso em flagrante pela Polícia Militar e encaminhado para a DDM – Delegacia de Defesa da Mulher, onde foi indiciado por feminicídio. Ele foi encaminhado para a cadeia de Pereira Barreto, à disposição da Justiça.
- Rita ainda foi socorrida até a UPA, mas as tentativas de reanimação não obtiveram resultado. Foto: MANOEL MESSIAS/Agência
- Marido apresentava muito sangue pelo corpo porque se embolou com a esposa na área da casa. Foto: MANOEL MESSIASD/Agência
- Marido precisou ser socorrido porque tentou se matar com uma facada no lado esquerdo do tórax. Foto: MANOEL MESSIAS/Agência
- O mecânico Nelson Boaventura e a esposa Rita Fernandes. Foto: Facebook (Reprodução)
- Marido usou o ferro de passar roupas, depois a marreta, nas primeiras agressões e depois a faca, que provocou as lesões profundas e a morte da vitima. Foto: MANOEL MESSIAS/Agência
- Trecho da rua Jesus Trujillo foi interditado para socorro da vítima e do autor. Foto: MANOEL MESSIAS/Agência
- Crime aconteceu na rua Jesus Trujillo, ao lado da EMEF Josepha Carreira. Foto: MANOEL MESSIAS/Agência
- Várias equipes da PM foram ao local dos fatos para os trabalhos de socorro à vítima, prisão do acusado e preservação do local do crime. Foto: MANOEL MESSIAS/Agência
- Polícia Civil, através da DDM – Delegacia de Defesa da Mulher compareceu ao local e autuou o criminoso por feminicidio. Foto: MANOEL MESSIAS/Agência
- Perícia técnico/cientifica foi ao local dos fatos para registrar as evidências do crime. Foto: MANOEL MESSIAS/Agência
O feminicídio aconteceu depois das 15h, quando uma vizinha escutou gritos da mulher vindo da casa e, pensando que até fosse problemas com uma netinha dela, pegou uma escada para subir na lateral do muro que divide os dois quintais e viu uma cena dantesca com o marido sobre a mulher e com uma faca em uma das mãos. Ela gritou para que Nelson parasse com as agressões.
Vendo que o acusado continuava a agredir a esposa, essa mulher conseguiu pular o muro e falar com ele mais uma vez. Ao avistar a vizinha muito próximo, o homem virou a faca para seu tórax e se deitou sobre ela e contra o corpo da esposa. A vizinha puxou seu braço rapidamente, evitando que a faca penetrasse no lado esquerdo de seu tórax.
Enquanto se ouvia a enorme gritaria, vizinhos acionaram a Polícia Militar, que chegou a tempo de prender o acusado, já que não estava muito ferido e poderia até tentar fugir depois do crime.
Muito ferida, a mulher sofreu uma parada cardíaca no local, foi reanimada pelos bombeiros e, ainda com sinais vitais, socorrida até a UPA – Unidade de Pronto Atendimento, porém, devido a gravidade dos ferimentos, acabou não resistindo, entrando em óbito, apesar dos esforços dos bombeiros e da equipe da UPA.
A Polícia Militar entrou na residência do feminicídio e observou que as agressões começaram no quarto do casal, onde ele usou primeiramente uma marreta para bater na cabeça da vítima. Também foi usado um ferro de passar roupas nessas primeiras agressões.
Mesmo ferida, ela correu até a área da frente, onde tem uma garagem de automóveis, porém, ele a alcançou e, com uma faca, desferiu vários golpes contra o corpo dela. Ele tentava acertar sua garganta, mas a mulher segurou seu braço até a chegada da vizinha.
Segundo parentes e vizinhos, Nelson atravessava uma fase difícil enfrentando um quadro grave de depressão.
A mulher trabalhava de enfermeira, mesmo não estando exercendo a profissão no momento, mas foi do CAC – Central de Atendimento ao Covid, e iria entregar essa semana um currículo para tentar entrar na Santa Casa local.
IRMÃO ENFORCADO
Nelson é irmão do outro mecânico Geraldo Boaventura, o “Mandi” (então com 57 anos), que cometeu suicídio por enforcamento no final do ano passado na oficina que havia construído, localizada na rua Ceará, no mesmo bairro Benfica. “Mandi” enfrentava depressão também causada pela ansiedade em resolver todas as pendências da vida financeira. Nelson também estava trabalhando como mecânico nessa mesma oficina que era de seu irmão “Mandi”, mas, devido a depressão, não estava indo com frequência ao local.