Pais de Eloá lamentam morte por Covid da mulher que recebeu o coração da filha em 2008

Eloá tinha 15 anos quando foi morta pelo ex em sequestro em SP, em 2008. ‘Era como uma filha”, disse mãe da adolescente sobre Maria Augusta, uma das 5 pessoas que receberam órgão de Eloá. Segundo a família da transplantada, ela foi internada com Covid no dia 25 e morreu na segunda (3).

SANTO ANDRÉ – Os pais da estudante Eloá Cristina da Silva Pimentel, morta a tiros pelo ex-namorado durante sequestro em 2008 em Santo André, na Grande São Paulo, lamentaram nesta terça-feira (4) a morte da vendedora Maria Augusta da Silva dos Anjos, de 51 anos, que havia recebido o coração da filha deles após o crime.

Segundo a família da transplantada, Augusta faleceu na segunda-feira (3) em decorrência de complicações da Covid-19, no hospital particular onde estava internada em Parauapebas, no Pará. Ela era casada, não tinha filhos e morava em Canaã dos Carajás, interior do estado.

“Augusta ficou maravilhosa depois que recebeu o coração de Eloá, mas essa doença [Covid] a pegou e a matou”, completou Ana Cristina.

“Ficamos sabendo e lamentamos o falecimento da Maria Augusta”, falou à reportagem Everaldo Pereira dos Santos, 56, pai de Eloá.

Eloá teve a morte cerebral anunciada pelos médicos em 18 de outubro de 2008. O assassino era um entregador de pizzas de 22 anos. Ele não aceitava o fim do namoro. De 13 a 17 de outubro de 2008, a imprensa transmitiu ao vivo o sequestro, com seu desfecho trágico.

O sequestrador foi julgado em 2012. Acabou condenado a mais de 90 anos de prisão por 12 crimes. A pena foi reduzida depois pela Justiça para 39 anos. Atualmente ele está preso em Tremembé, interior paulista.

Órgãos doados a cinco pessoas

Cinco pessoas receberam órgãos de Eloá que foram doados por Ana Cristina e Everaldo, pais da jovem. Foram transplantados coração, pulmão, córnea, fígado, rim e pâncreas.

Augusta foi uma das receptoras. Havia ganhado o coração no dia de seu aniversário, em 20 de outubro de 2008. Na segunda à tarde, ele parou de bater, segundo a fisioterapeuta Jeanne Carla Rodrigues Ambar, sobrinha dela. De acordo com a sobrinha, a morte de Maria Augusta foi causada por complicações da Covid.

Segundo Jeanne, Augusta foi diagnosticada com a doença havia um mês. Ela vinha fazendo tratamento em casa, mas sentiu falta de ar em 25 de abril, quando precisou ser internada. No dia 27 acabou intubada.

De acordo com a sobrinha, Augusta costumava ir ao hospital para tratamento e para exames de rotina relacionados ao transplante, mas a família não sabe onde nem como ela foi contaminada pelo coronavírus. Ela morreu na tarde de segunda no Hospital Santa Terezinha.

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