Santa Casa de Guararapes. Foto: Guararapes Sorriso News

Ex-provedor e empresário são condenados por desvios na Santa Casa de Guararapes

Conforme o MP, os réus desviaram dinheiro público repassado pelas prefeituras e convênios, por meio de licitações fraudulentas

GUARARAPES – A Justiça condenou o ex-provedor da Santa Casa de Guararapes, M.L.P.C., a mais de 12 anos de prisão e o empresário N.A., a oito anos em regime semi-aberto, por fraude à Lei de Licitações e sucessivos peculatos. Os réus vão poder recorrer da sentença em liberdade.

Santa Casa de Guararapes. Foto: Guararapes Sorriso News

Santa Casa de Guararapes. Foto: Guararapes Sorriso News

De acordo com informações do Núcleo de Comunicação Social do Ministério Público do Estado de São Paulo, M.L.P.C. que foi provedor da Santa Casa entre 2010 e 2015, havia sido reconduzido à provedoria do hospital no ano passado, somente sendo afastado mediante ordem judicial quando do ajuizamento da ação penal.

De acordo com a denúncia, assinada pelo promotor Bruno Orsini Simonetti, de Guararapes, os réus desviaram dinheiro público repassado pelas prefeituras e convênios com a Secretaria de Estado da Saúde, por meio de licitações fraudulentas que simularam a realização de obras no hospital.

Após a quebra do sigilo fiscal e bancário de Cosmai, constatou-se a movimentação, sem a comprovação de origem, de valores no montante de R$ 263.310,17 durante o período que foi provedor da Santa Casa. A sentença foi da Justiça de Guararapes e cabe recurso.

Em abril do ano passado, quando 2ª Vara de Justiça da Comarca de Guararapes determinou o afastamento M.L.P.C. da provedoria do hospital, também tornou indisponíveis os seus bens móveis e imóveis. A decisão foi do juiz de direito Mateus Moreira Siketo, atendendo pedido feito pelo Ministério Público.

O Processo

No processo, os dois réus, que é de Birigui, são acusados de desviar R$ 622.056,00 do hospital. As denúncias contra o provedor e o empreiteiro foram formalizadas na Delegacia de Polícia de Guararapes em 2015 e enviadas ao MP. Elas apontam para um esquema bilateral durante a gestão de M.L., no período de 2010 a 2015, envolvendo reforma e ampliação paga e não realizadas, gestão fraudulenta, desvio de dinheiro público, improbidade administrativa, contratação de obras sem licitação e enriquecimento ilícito.

Segundo o promotor, M.L. contratou sem licitação a empresa de A. para a realização de todas as obras. “O preço era estipulado casuisticamente pelos envolvidos, contemplando quantia cuja certa parte pudesse ser desviada em proveito de ambos, repassando M. valores da Santa Casa ao comparsa e depois recebendo dele pagamentos em dinheiro”, afirma o representante do Ministério Público em sua denúncia que levou a condenação da dupla em primeira instância.

Ameaça

De acordo com a denúncia do MP, em fevereiro de 2015, o provedor exigiu da Prefeitura de Guararapes o repasse de quatro parcelas, de R$ 250 mil cada, a título de subvenção de custeio do pronto-socorro da Santa Casa, ameaçando fechar as portas do hospital para o atendimento de urgência e emergência caso não fosse atendido.

Fonte: RP10

Comments are closed.

error: Solicite a matéria por email!