Foto: regiaonoroeste.com

Justiça prorroga prisão temporária de 10 envolvidos na Operação Higia

Prisões temporárias foram expedidas após investigação conduzida pela Polícia Civil

FERNANDÓPOLIS – Na noite desta sexta-feira, 21, o juiz Vinicius Castrequini acatou o pedido de renovação da prisão temporária de 10 dos 13 presos na segunda-feira, 17, na Operação Hígia da Polícia Civil. Entre os que passarão mais cinco dias à disposição da Justiça para a continuação das oitivas estão o ex-deputado estadual Gilmar Gimenes e outros nove membros da OS de Andradina, entre eles o presidente Fábio Antônio Òbice e seu superintendente, Sebastião Sérgio da Silva, que havia se entregado à Polícia Civil posteriormente . Uma das detidas está em prisão domiciliar.

Foram liberados os fernandopolenses Antônio Luiz Aielo, João Tarlao e Edilberto Sartin, membros do conselho da instituição. 

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A OPERAÇÃO

A Polícia Civil de Fernandópolis deflagrou na manhã de segunda-feira, 17, a Operação Hígia, que   investiga possíveis irregularidades na Santa Casa de Fernandópolis. Foram 14 mandados de prisão, com 13 detidos e 20 mandados de busca e apreensão. As investigações foram conduzidas pelo delegado Ailton Canato. A Operação foi batizada como Hígia, em referencia a deusa grega da Saúde.

As investigações tiveram início em abril de 2018, após uma denuncia formal do vereador Murilo Jacob. Essa operação de hoje é um desdobramento da Operação “Assepsia” realizada em julho de 2019, quando foram realizadas buscas nas sedes da Santa Casa e empresas investigadas, todas de Fernandópolis.

Durante as investigações, a Polícia Civil identificou indícios de fraudes em processos licitatórios para aquisição de insumos e outros serviços, caracterizando uma organização criminosa que atuava na administração do AME e Lucy Montoro.

Vários conselheiros da Santa Casa de Misericórdia de Fernandópolis também foram presos temporariamente, por se omitiram de forma dolosa diante dos desmandos praticados pela organização enquanto estava no comando do hospital.

Os investigados serão indiciados por peculato, fraude em licitações, falsidade ideológica, homicídio doloso, aborto e organização criminosa.

O homicídio e o abordo estão ligados à negligência no atendimento de uma gestante que morava em Macedônia.

OS PRESOS

Entre os presos na segunda-feira, estavam quatro fernandopolenses que tiveram relação com a Santa Casa. São eles: Antônio Luiz Aiêlo, que era o titular da pasta de Recursos Humanos, e foi exonerado pelo prefeito André Pessuto na terça-feira, e que já ocupou funções diretivas, além de no atual governo, nos de Luiz Vilar e de Rui Okuma;

– o ex-deputado estadual Gilmar Gimenes, que por anos foi assessor do atual  secretário-executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações Julio Semeghini, ex-presidente da Prodesp e nome cotado para disputar a Prefeitura de Fernandópolis em outubro;

– o empresário Edilberto Sartin, empresário ligado ao ramo de alimentos; ex-provedor da Santa Casa de Fernandópolis, tendo assumido-a em janeiro de 2017, que a herdou com os R$ 29 milhões e entregou com R$ 40 milhões;

– João Tarlau, contador aposentado da Prefeitura de Ouroeste, conselheiro do hospital e ex-presidente da AMMFER, a Associação dos Amigos do Município de Fernandópolis.

Também foram realizadas as prisões do advogado Maurício Alves da Silva e o empresário F. H. S., ambos residentes em Araçatuba e de Fábio Óbice, um dos diretores da OSS Santa Casa de Andradina detido em Andradina. Outras seis pessoas também foram presas e ainda resta a detenção de uma pessoa que não teve o nome divulgado, mas que, de acordo com informações, se entregará assim que chegar de viagem.

O advogado Ricardo de Almeida Franco, constituído pelo ex-deputado estadual Gilmar Gimenes-PSDB, afirmou que a decretação da temporária de seu cliente seria irregular, pois estaria baseada apenas em indícios.

Todos os presos na operação foram encaminhados para a cadeia de Guarani d’Oeste, com exceção de uma detida que ficou em prisão domiciliar por ter um filho de apenas um ano de idade.

BLOQUEIO DE BENS E INTERVENÇÃO

A Justiça de Fernandópolis, através do juiz Vinícius Castrequini, da 2ª Vara Criminal, decretou intervenção na Santa Casa de Fernandópolis. O atual provedor da instituição, o economista Marcus Chaer, ocupará o cargo durante as investigações.

Castrequini também ordenou o bloqueio dos bens de todos os presos. Outros envolvidos com a administração do hospital vão sofrer ordem de restrição, como o impedimento de sair do município sem ordem judicial.

O pedido de bloqueio de bens – com possibilidade de sequestro, para a quitação de débitos do hospital -, foi feito pelo delegado Aílton Canato, que dirige o inquérito sobre a Caixa Preta da Santa Casa.

Os valores bloqueados, e que podem ser utilizados para ressarcimento do hospital, caso comprovados os crimes acusados pela Polícia Civil, chega perto dos R$ 30 milhões.

CONSELHEIROS AFASTADOS

A Justiça determinou o afastamento de todos os conselheiros da Santa Casa. Parte dos integrantes dos Conselhos Fiscal e Administrativos também receberam proibições, como não frequentar o hospital – a menos que haja a necessidade de atendimento médico -, manter contato com alguns dos investigados e sair do município sem autorização judicial.

Fonte: Oextra.net

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