Jurandir Miranda, morreu baleado pelo colega em Aquidauana — Foto: Redes Sociais.

Soldado que matou cabo da PM já discutia por motivo passional há 2 anos; ele se apresentou neste sábado

Delegado diz que depoimento de testemunhas reforçam que ele e a vítima brigavam pelo fato de “um estar pegando a mulher do outro”.

CAMPO GRANDE/MS – As testemunhas que prestaram depoimento após o assassinato do cabo da Polícia Militar Ambiental (PMA) Jurandir Miranda, de 47 anos, disseram que, há cerca de 2 anos, ele e o colega de farda, o soldado Izaque Leon Neves, de 33 anos, já discutiam pelo fato da vítima estar namorando a ex-mulher dele.

Ao G1 o delegado Jackson Frederico Vale, titular da delegacia de Aquidauana, a 131 km de Campo Grande, comentou que os depoimentos reforçam que eles brigavam pelo fato de “um estar pegando a mulher do outro”.

Jurandir Miranda, morreu baleado pelo colega em Aquidauana — Foto: Redes Sociais.

Jurandir Miranda, morreu baleado pelo colega em Aquidauana — Foto: Redes Sociais.

Ainda conforme o delegado, após determinar o recolhimento das armas dos envolvidos, também foi solicitada a prisão de Izaque, na tarde dessa sexta-feira (25). “Nós pedimos a preventiva e o juiz Giuliano Máximo Martins decretou ontem mesmo. Agora há pouco ele se apresentou na corregedoria da PM em Campo Grande e o mandado foi encaminhado do Fórum de Aquidauana para lá. Ele permanece lá e ainda não prestou depoimento”, explicou Vale.

Ex-mulher do soldado apontado como autor dos tiros disse que recebeu ameaças horas antes do crime

Ao verificar o histórico dos envolvidos, o delegado ainda ressaltou que ambos já responderam administrativamente e brigaram em outras ocasiões. No teor do inquérito também consta a oitiva com a ex-mulher do soldado, que procurou a Polícia Civil para denunciar ameaças feitas pelo suspeito, no qual ele teria ligado para ela e feito ameaças, pouco tempo antes do crime. Na ocasião, Izaque teria dito que a mataria na frente dos 2 filhos que eles possuem em comum, caso ela fosse vista com outro homem.

A mulher, ainda conforme a polícia, solicitou medida protetiva de urgência, deferidas pelo juiz. No documento, consta ainda a decretação da prisão de Izaque e a suspensão do porte de arma do policial. A investigação ainda apreendeu imagens de câmeras de um comércio em frente à lanchonete do soldado, no qual mostra toda a ação criminosa.

Nesta manhã (26), o corpo da vítima foi levado em cortejo pelo Corpo de Bombeiros, após ter sido feito o exame de necrópsia e liberado para família.

Entenda o caso

O cabo Jurandir Miranda foi morto a tiros na noite de quinta-feira (25), em Aquidauana, pelo colega de farda, o soldado Izaque Leon Neves. Após atirar na vítima, ele ainda tentou enforcá-lo.

Conforme a polícia, Izaque não aceitava o fim do relacionamento com uma jovem de 26 anos, a qual estava namorando Jurandir. Por causa disso, os dois policiais já tinham brigado diversas vezes, feito ameaças entre eles e também sofrido punições da corporação.

Conforme o boletim de ocorrência, Jurandir passou em uma motocicleta em frente à lanchonete de Izaque, tendo dado retorno e parado em frente ao comércio. O soldado então se levantou da cadeira onde estava sentado, sacou uma pistola e atirou no colega.

O policial vítima ainda estava na moto quando foi atingido pelos primeiros disparos. Ele então caiu, o soldado continuou atirando e em seguida tentou enforcá-lo.

Um outro policial militar que passava pelo local no momento do crime segurou Izaque, o desarmou, mas ele conseguiu se soltar e fugiu. Jurandir foi socorrido para o hospital da cidade, mas não resistiu. No local do crime foram apreendidas seis cápsulas deflagradas de pistola calibre ponto 40.

O caso foi registrado como homicídio qualificado pelo motivo fútil e ameaça em relação à jovem namorada da vítima.

G1

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