Mosquito-palha costuma ser o transmissor do protozoário da leishmaniose em áreas urbanas (Foto: James Gathany/CDC)

Criança de um ano contrai leishmaniose em São João do Pau d’Alho e é internada no Hospital Regional

Prefeitura confirmou caso e diz que cães foram identificados com a doença. Estado de saúde do menino é considerado estável.

SÃO JOÃO DO PAU D’ALHO –  Secretaria de Saúde de São João do Pau d’Alho confirmou nesta quinta-feira (19) que uma criança, de um ano de idade, contraiu leishmaniose no município. O paciente está internado no Hospital Regional (HR), em Presidente Prudente.

Mosquito-palha costuma ser o transmissor do protozoário da leishmaniose em áreas urbanas (Foto: James Gathany/CDC)

Mosquito-palha costuma ser o transmissor do protozoário da leishmaniose em áreas urbanas (Foto: James Gathany/CDC)

A Prefeitura de São João do Pau d’Alho informou que este é o segundo caso da doença em humanos no município neste ano. Também informou que fez trabalhos de manejo no bairro onde a criança mora e que aguarda a Superintendência de Controle de Endemias (Sucen) fazer o trabalho de borrifação.

Segundo a Prefeitura, cães com leishmaniose foram identificados no município e os animais devem ser eutanasiados, caso a contraprova dos exames confirme a doença.

Em nota, o HR informou que o paciente em questão está internado na unidade desde o dia 13 de julho e seu estado de saúde é considerado estável.

A doença

A doença é causada por protozoários do gênero Leishmania, transmitidos pelo mosquito-palha. Em estágio mais avançado, a doença causa inchaço do fígado e do baço, comprometendo o correto funcionamento do sistema hematológico, e pode atingir também a medula óssea.

Se não tratada, a leishmaniose pode levar à morte em 90% dos casos, segundo o Ministério da Saúde.

Pela convivência no ambiente doméstico, os cães são vistos como intermediários importantes da transmissão da leishmaniose visceral para humanos: o mosquito pica um animal contaminado e passa adiante o protozoário causador da doença ao picar outro animal ou uma pessoa.

Perda de peso, aparecimento de feridas ou descamações de pele, queda anormal de pelos, inchaço das pernas e sangramento do nariz são efeitos da leishmaniose visceral em cachorros. No entanto, a doença pode ser assintomática em muitos casos.

Diferentemente do mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue, que se reproduz em água limpa, o mosquito que transmite a leishmaniose prefere ambientes úmidos com farto material orgânico.

Há apenas um medicamento liberado pelo Ministério da Agricultura para o tratamento da leishmaniose visceral canina, porém, ele não é considerado 100% eficaz.

Embora reduza os sintomas no cão, o medicamento não elimina totalmente o protozoário, de forma que o animal continua sendo um repositório da doença.

O Ministério da Saúde está conduzindo pesquisas para avaliar a relação custo-efetividade do uso de coleiras repelentes como medida de controle.

A vacina preventiva, que pode ser aplicada somente em cães saudáveis, não entrou nas políticas do governo porque os estudos de eficácia foram considerados insuficientes.

A primeira vacina é aplicada em três doses, depois são necessários reforços anuais de aplicação única.

Prevenção

Apesar de ser grave, a leishmaniose visceral em humanos tem tratamento com medicação, mas não vacina.

O combate à doença passa pelo controle da proliferação do mosquito. A limpeza de material orgânico de jardins e a destinação correta do lixo são fundamentais.

Os usos de inseticidas e repelentes, bem como de telas milimetradas em portas e janelas, também são recomendados.

G1

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