Ônibus incendiado ficou totalmente destruído em Olímpia na madrugada desta quarta-feira (18) (Foto: André Modesto/TV TEM)

Ônibus e carros são incendiados após morte de homem baleado por PM em Olímpia, diz polícia

Barricadas foram montadas com pneus e lixo; bombeiros trabalharam por quase oito horas no combate às chamas. Polícia Civil busca identificar suspeitos de participarem da ação.

OLÍMPIA – A madrugada desta quarta-feira (18) foi de apreensão aos moradores de Olímpia (SP) e trabalho intenso para o Corpo de Bombeiros. Ao todo, 15 ônibus e nove carros foram incendiados. Foram montadas barricadas com pneus e lixo, materiais que espalharam rapidamente as chamas.

A suspeita da polícia é de que o ato vandalismo tenha sido feito em represália a morte do eletricista Everson Luís Nunes Pereira, de 38 anos, baleado por um policial militar no domingo (15).

Dos 15 ônibus incendiados na madrugada, 14 eram da empresa Bontur, que operavam na linha rural e no transporte intermunicipal. O outro ônibus queimado é particular e o crime aconteceu no bairro Harmonia.

Além disso, nove veículos que estavam no pátio terceirizado da Ciretran também foram queimados, sendo 7 carros e dois caminhões. Alguns dos automóveis inclusive seriam leiloados nesta semana.

De acordo com a Polícia Militar, tudo começou às 21h30 desta terça-feira (17), e terminou somente às 5h desta quarta, foram oito horas de combate às chamas. Apesar do susto, ninguém ficou ferido.

O comando da PM trabalhou durante toda a noite na ocorrência e foi preciso pedir reforço para equipes de Barretos e Bebedouro.

A polícia ainda não identificou nenhum suspeito de ter participado do ato de vandalismo e vai investigar o caso. A Prefeitura de Olímpia informou estar em alerta e trabalhando em conjunto com a polícia.

Segundo a prefeitura, apesar dos ônibus atingidos não serem da linha de transporte coletivo do município, o itinerário foi suspenso na noite de terça-feira, diante da situação de ameaça. Na manhã desta quarta-feira (18), as linhas urbanas circulam normalmente, mas podem sofrer alterações em caso de necessidade.

Os manifestantes também atearam fogo em dois banheiros químicos que eram disponibilizados pela prefeitura à população, durante a realização da Feira Livre no bairro Santa Ifigênia.

Morte em boate

Everson Luís Nunes Pereira foi enterrado na terça-feira em Olímpia. O eletricista foi morto a tiros por um da PM da capital. Conforme o boletim de ocorrência, eles teriam se envolvido em uma confusão no domingo, em uma casa noturna.

No B.O. consta que o PM estava com a esposa na balada quando ele se identificou como policial para o segurança. O oficial relatou que, a partir de um momento, alguns indivíduos, ao verem que ele era policial, começaram a agredi-lo e jogar cerveja nele.

Ao ver que um dos homens tentou pegar o revólver de sua cintura ele segurou a arma e “houve um disparo”, segundo consta no B.O. Um homem foi atingido e chegou a ser socorrido, mas não resistiu. No relato do policial também há a informação que a mulher dele chegou a ser agredida.

Já o irmão da vítima, Carlos Henrique Nunes Pereira, contou outra versão à reportagem da TV TEM. O rapaz, que também estava no local, afirmou que houve um esbarrão na mulher do policial. O casal foi tirar satisfação e a mulher acabou jogando bebida no grupo, dando origem a um tumulto. No meio da confusão o policial sacou a arma e disparou.

Após a ocorrência, o policial foi encaminhado à delegacia e prestou esclarecimentos, alegando que agiu em legítima defesa. A Polícia Civil abriu inquérito para apurar o caso e vai ouvir os envolvidos.

G1

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