A comerciante Núbia Ribeiro, de 21 anos, morreu por traumatismo craniano. Segundo a Polícia Civil, ela foi vítima de uma emboscada armada pelo ex e pela atual namorada dele.
FRANCA/SP – A comerciante Núbia Ribeiro, morta em setembro deste ano em Franca (SP), estava viva quando teve o corpo parcialmente queimado pelos suspeitos. Segundo o delegado da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) Márcio Murari, a jovem de 21 anos apresentava sinais vitais, mas não estava consciente.
Nesta sexta-feira (27), a Justiça decretou a prisão preventiva do ex-namorado dela, o auxiliar de mecânico Leonardo Cantieri, de 20 anos, da atual namorada dele, a estudante de direito Lauany Viodres do Prado, de 20 anos, e do sapateiro Ítalo Vinicius Neves, de 32 anos, amigo do casal.
O trio, preso desde que o corpo foi encontrado na zona rural de Patrocínio Paulista (SP), foi indiciado por homicídio triplamente qualificado. Segundo o laudo do Instituto Médico Legal (IML), Núbia morreu por traumatismo craniano.
De acordo com Murari, o assassinato foi planejado por Lauany, que teria agido por ciúmes do namorado. No entanto, a polícia não conseguiu esclarecer a participação de cada um deles, uma vez que os três apresentaram versões diferentes sobre o crime.
Leonardo e Ítalo permanecerão presos no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Franca. Lauany deverá ser encaminhada para Mogi Guaçu (SP). Os advogados dos suspeitos não foram localizados para comentar o assunto.
Assassinato
A jovem desapareceu na noite de 24 de setembro após sair de casa para ir a um bar. De acordo com o delegado, ela contou a uma amiga que havia recebido uma mensagem do ex-namorado e seguiu para encontrá-lo.
O corpo dela foi achado dois dias depois na zona rural de Patrocínio Paulista, com marcas de esfaqueamento e parcialmente queimado, depois que Ítalo procurou a polícia. O sapateiro alegou que foi procurado por Leonardo e Lauany para que se desfizesse do carro da vítima. O veículo foi encontrado em uma estrada na região de Franca, local oposto ao que Núbia foi deixada morta.
A Justiça decretou as prisões temporárias do amigo e do casal, que se apresentou dois dias depois à polícia. Durante os depoimentos, os três apresentaram versões diferentes e uma acareação chegou a ser feita.
O laudo do IML apontou que a jovem morreu em decorrência de traumatismo craniano, causado por objeto contundente. A polícia suspeita que uma chave de rodas tenha sido usada para ferir Núbia no rosto. Para o delegado, a violência do ferimento indica que Lauany tenha sido a autora, porque queria desfigurar a vítima.
Ainda segundo o laudo, Núbia apresentava sinais vitais quando teve o corpo parcialmente queimado. Para a polícia, a descoberta comprova a crueldade dos suspeitos no crime.
“Isso não quer dizer que ela estava acordada ou com plena consciência. A gente acredita e o médico legista também nos disse que ela já estava desfalecida, inconsciente, provavelmente em início de morte, quando teve o corpo parcialmente queimado”, afirma Murari.
O carro utilizado pelo casal na noite do crime foi apreendido no bairro Jardim Aeroporto depois de uma denúncia anônima. No interior havia galões com cheiro de gasolina.