Ex-ministro é acusado de agir em favor da empresa dentro do governo federal.
Os advogados que defendem o ex-ministro Antonio Palocci informaram à Justiça Federal nesta terça-feira (2) que desistiram dos novos interrogatórios de Marcelo Odebrecht e mais seis ex-executivos da Odebrecht que são colaboradores da Operação Lava Jato. As novas oitivas estavam marcadas para sexta-feira (5).
Até as 14h desta terça-feira não havia uma decisão do juiz Sérgio Moro, que é o responsável pela Lava Jato na primeira instância, sobre o assunto.
Na petição em que informaram a desistência, os advogados não citaram o motivo. Eles afirmam apenas que as razões serão detalhadas nas alegações finais, que é a última fase processual antes da senteça do juiz.
Eles seriam ouvidos novamente no processo que trata de um suposto pagamento de propina feito pela Odebrecht ao ex-ministro para que ele intercedesse junto ao governo federal para beneficiar a companhia entre 2006 e o final de 2013. Palocci foi preso no dia 26 de setembro de 2016 pela 35º fase da Operação Lava Jato.
Assim como Palocci e Branislav Kontic, que foi assessor de Palocci, os ex-executivos da Odebrecht são réus nesta ação penal.
O pedido para que eles fossem ouvidos novamente partiu da própria defesa de Palocci e Kontic, formada pelos mesmos profissionais. Na ocasião os advogados justificaram o pedido com quebra de sigilo dos acordos de colaboração dos ex-executivos homologados pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Os ex-executivos que seriam ouvidos são: Fernando Migliaccio da Silva, Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho, Luiz Eduardo da Rocha Soares, Marcelo Bahia Odebrecht, Marcelo Rodrigues, Olívio Rodrigues Júnior e Rogério Santos da Araújo.
O reinterrogatório de Renato Duque, ex-diretor da Petrobras e réu neste processo, está mantido. A defesa de Duque pediu o novo interrogatório afirmando que ele gostaria de colaborar espontaneamente com a Justiça.
O ex-diretor está preso na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, e responde por corrupção passiva neste processo.
Revelações
Antonio Palocci disse que se colocou à disposição do juiz Sérgio Moro para apresentar “fatos com nomes, endereços e operações realizadas” que, de acordo com o ex-ministro, devem render mais um ano de trabalho. O ex-ministro disse isso quando foi interrogado por Moro. A oitiva durou mais de duas horas.
“O dia que o senhor quiser, se o senhor tiver com a agenda muito ocupada, a pessoa que o senhor determinar, eu imediatamente, apresento todos esses fatos com nomes, endereços, operações realizadas e coisas que vão ser, certamente, do interesse da Lava Jato”, disse o ex-ministro.