Diretor da RioTrilhos, Heitor Lopes de Sousa Junior, foi preso na manhã desta terça (14) (Foto: Cristina Boeckel).

PF e MPF prendem dois suspeitos de fraudes em contratos da Linha 4 do metrô do Rio

Presos são diretor da RioTrilhos e subsecretário de Turismo. Segundo acordo de leniência, Heitor Lopes recebia propina no canteiro de obras. Operação Tolypeutes é um desdobramento da Lava Jato.

O diretor da Companhia de Transportes sobre Trilhos do Estado do Rio de Janeiro (RioTrilhos), Heitor Lopes de Sousa Junior, e o atual subsecretário de Turismo do estado e ex-subsecretário de Transportes, Luiz Carlos Velloso, foram presos na manhã desta terça-feira (14) na Operação Tolypeutes, um desdobramento da Operação Lava Jato no Rio, que investiga corrupção e pagamento de propina em contratos da linha 4 do metrô.

Diretor da RioTrilhos, Heitor Lopes de Sousa Junior, foi preso na manhã desta terça (14) (Foto: Cristina Boeckel).

Diretor da RioTrilhos, Heitor Lopes de Sousa Junior, foi preso na manhã desta terça (14) (Foto: Cristina Boeckel).

Segundo o acordo de leniência de executivos da Carioca Engenharia, o esquema de corrupção que existia na secretaria Estadual de Obras do Rio, com a cobrança de propina das empreiteiras envolvidas em contratos bilionários de obras civis, também se repetia na secretaria estadual de Transporte. Segundo depoimentos, Heitor recebia a propina no canteiro de obras e em dinheiro vivo. Ele era sócio de duas empresas que prestavam serviço para a construção da Linha 4 do metrô. O G1 tenta contato com as defesas dos presos.

Os agentes também cumprem 3 mandados de condução coercitiva e 13 de busca e apreensão expedidos pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal. Inicialmente, a reportagem informou que eram 7 mandados de condução coercitiva, mas esse número foi o solicitado pelo Ministério Público federal. Um dos mandados de condução coercitiva cumprido, no começo da manhã, foi contra a companheira de Luiz Carlos Velloso, Renata Loureiro Borges Monteiro. O Ministério Público Federal ainda pediu o bloqueio de R$ 220 milhões de sete pessoas e três empresas.

A operação foi batizada como Tolypeutes (nome científico do tatu), uma referência ao “Tatuzão”, equipamento utilizado nas escavações das obras do metrô.

A prisão preventiva do diretor da RioTrilhos foi pedida, segundo os promotores, para evitar uma possível fuga. De acordo com a investigação, Heitor e a mulher estavam dando entrada em um pedido de cidadania portuguesa. Os procuradores também estão pedindo o bloqueio de bens de R$ 36 milhões de Heitor e de R$ 12 milhões de Velloso.

Ainda de acordo com as investigações, de 2010 a 2013, Heitor recebeu propina no valor de R$ 5,4 milhões de duas empresas. Ao todo, foram 31 transferências de recursos. Uma das empresas que pagou foi a MClink Engenharia, que atuou no trecho oeste da linha 4 do Metrô .

Busca e apreensão nas empresas:

MC Link Engenharia Ltda

Arqline Arquitetura e Consultoria

Arqmetro Arquitetura e Consultoria

Zillion Assessoria e Consultoria Empresarial Ltda.

x-governador foi preso em novembro

As investigações da Lava Jato no Rio de Janeiro já levaram à prisão do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB), em novembro do ano passado. Ele foi preso na Operação Calicute, que descobriu o esquema de cobrança de propina em obras durante a gestão Cabral, que funcionou entre 2007 e 2014.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Cabral cobrava propina de empreiteiras para fechar os contratos com o governo do Rio. As construtoras, por sua vez, se consorciaram para fraudar licitações e sabiam previamente quem iria ganhar as concorrências. Na ação também foram presos: Wilson Carlos Cordeiro da Silva Carvalho, ex-secretário de governo do RJ; Hudson Braga, ex-secretário de obras; Carlos Emanuel de Carvalho Miranda, sócio de Cabral na empresa SCF Comunicação; Luiz Carlos Bezerra; Wagner Garcia e José Orlando Rabelo.

A Calicute é um desdobramento da Operação Lava Jato e teve como base as delações premiadas do ex-dono da Delta Engenharia Fernando Cavendish, da empreiteira Andrade Gutierrez e da Carioca Engenharia – que afirmam terem pagado propina por obras como a do Marcanã, do PAC das Favelas e do Arco Metropolitano.

G1

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