Walter Gomes (PTB) está preso na sede da Polícia Federal em Ribeirão (Foto: Lucinho Mendes/Divulgação)

Presidente afastado da Câmara de Ribeirão Preto é preso pela Sevandija

Walter Gomes (PTB) é acusado de corrupção por recebimento de propina. Agentes cumprem quatro mandados de busca na 3ª fase da operação.

O presidente afastado da Câmara de Ribeirão Preto (SP), Walter Gomes (PTB), foi preso na manhã desta quarta-feira (14) durante a Operação Eclipse, a terceira fase da Operação Sevandija, que apura esquema de desvio de dinheiro e fraudes em licitações de R$ 203 milhões na Prefeitura.

Walter Gomes (PTB) está preso na sede da Polícia Federal em Ribeirão (Foto: Lucinho Mendes/Divulgação)

Walter Gomes (PTB) está preso na sede da Polícia Federal em Ribeirão (Foto: Lucinho Mendes/Divulgação)

O advogado Júlio Mossin, que representa Gomes no processo decorrente da Operação Sevandija, confirmou a prisão do vereador. Em viagem, Mossin afirmou que está voltando a Ribeirão para tratar do caso.

Agentes da Polícia Federal (PF) cumpriram um mandado de busca e apreensão na casa do vereador, durante a manhã, em um condomínio de luxo na zona sul da cidade. Em nota, a PF informou que outros três mandados semelhantes foram cumpridos. Gomes foi levado à sede da PF em Ribeirão e deve cumprir prisão preventiva.

“O nome dessa terceira fase se deve a busca que se faz de documentos utilizados para ocultar bens e valores de um dos investigados”, diz o comunicado da PF. Mais informações serão concedidas em coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira.  

Gomes é acusado de corrupção por recebimento de propina e indicação de pessoas para ocupar cargos terceirizados na Prefeitura, em troca de apoio político ao governo da prefeita Dárcy Vera (PSD).

O presidente da Câmara está afastado da função desde 1º de setembro, quando a Sevandija foi deflagrada. Ele e outros oito vereadores que se tornaram réus nessa invesigação também são alvo de processo por quebra de decoro parlamentar, na Câmara, e podem ter os mandados cassados, o que os tornaria inelegíveis.

O Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público (MP) também investiga Gomes por suspeita de se apropriar de parte dos salários de funcionários comissionados que atuavam em seu gabinete.

Operação Sevandija

Réu na Sevandija, Gomes aparece em um vídeo recebendo um envelope do dono da empresa Atmosphera Construções e Empreendimentos, Marcelo Plastino, que depois foi encontrado morto no apartamento onde morava, em 25 de novembro.

Para a PF e o Gaeco, o encontro entre os investigados reforça a suspeita de pagamento de propina aos vereadores. Quando a operação foi deflagrada, em setembro, agentes também apreenderam cerca de R$ 14,2 mil em dinheiro no gabinete do vereador.

Em um telefonema interceptado em 16 de junho, Gomes pressiona o ex-chefe da Companhia de Desenvolvimento de Ribeirão Preto (Coderp) Marco Antônio dos Santos, para que liberasse a contratação de uma pessoa indicada por ele, sem qualificação para a função.

Em outra ligação interceptada pela PF, Gomes conversa com a filha Gislaine Crismara de Oliveira, sobre a contratação dela como monitora em uma escola municipal no bairro Adelino Simioni. A filha reclama do salário que receberia: cerca de R$ 1,9 mil.

Posteriormente, em entrevista ao Jornal da EPTV, o presidente afastado da Câmara negou todas as acusações. Ele disse que no encontro com Plastino recebeu apenas uma revista. Sobre a indicação de pessoas para cargos terceirizados na Prefeitura, afirmou que nunca houve favorecimento pessoal e que atuava de acordo com o cargo.

G1

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