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Grupo de Gestantes orienta mulheres sobre risco da Dengue durante gestação

ANDRADINA – Se a gravidez por si só já traz inúmeras dúvidas e preocupações à futura mãe, imagina quando ela é diagnosticada com dengue. Em meio ao surto da doença em todo o país, cresceram também os casos de gestantes infectadas pelo aedes aegypti. Para orientar as grávidas, que precisam redobrar os cuidados quanto a Dengue, A Equipe de Saúde da UBS “Mário Roberto Marinho” (Santa Cecília), vai realizar uma palestra no próximo dia 15 às 14 horas para seu Grupo de Gestantes.

gestantes1Segundo a Coordenadora de Atenção Básica, Carla Back, a imunidade da gestante é naturalmente mais baixa, já que seu sistema imunológico sofre diversas modificações ao longo dos nove meses, e isso pode favorecer o desenvolvimento de complicações. Além disso, o diagnóstico pode ser retardado, já que em alguns casos é confundido com sintomas típicos da gestação, como perda sanguínea vaginal, que pode ser um sinal de evolução da dengue para o quadro hemorrágico.

Nos casos em que a dengue evolui para a forma hemorrágica, o número de plaquetas da gestante diminui, e os riscos de hemorragia aumentam. Esse quadro estimula deslocamentos placentários e hemorragias que, se não controlados, podem levar à interrupção da gravidez.

“O início e o fim da gestação são os períodos que merecem maior atenção quando há confirmação da doença. Isso porque, nos primeiros três meses, os riscos de aborto são maiores do que quando comparado a gestantes não infectadas. Já no final da gravidez, a evolução para a forma hemorrágica é mais comum, além de haver riscos de parto prematuro”, orientou.

Tratamento

O tratamento é sintomático, ou seja, algumas medicações podem ser administradas para aliviar os incômodos, mas elas devem ser indicadas pelo médico para evitar complicações. Além disso, a hidratação é fundamental, bem como o repouso. Os sintomas podem continuar por até dez dias, mas a recuperação total leva entre duas e quatro semanas.

É importante lembrar que, mesmo após a total recuperação, a prevenção contra a doença deve se manter nos meses seguintes da gestação. Isso porque, embora a gestante tenha ficado imune ao tipo de dengue que a pegou, ainda há outros três que podem infectá-la.

Para se prevenir, a grávida pode usar repelentes naturais, como a citronela, e os industrializados. A preferência é pelos produtos à base de dietiltoluamida (DEET), com concentração entre 10% e 50%. Eles são considerados seguros e, aliados à eliminação dos focos dos mosquitos, podem diminuir a exposição e riscos de infecção da doença.

Má formação

Toda vez que se fala em má formação em bebês devido ao Aedes aegypti logo se imagina a microcefalia, causada pelo vírus da zika. Mas a novidade científica é que a dengue, transmitida pelo mesmo vetor e velha conhecida dos brasileiros, pode aumentar em 50% as chances de a criança nascer com problemas neurológicos. Estas conclusões fazem parte das investigações de pesquisadores do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs) da Fiocruz Bahia, do Instituto de Saúde Coletiva (ISC) da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e da London School of Hygiene and Tropical Medicine (LSHTM).

Observando os registros de 16 milhões de nascidos vivos, os pesquisadores encontraram uma taxa de 6 crianças com má formação congênita a cada 100 mil nascidos. Contudo, quando a mãe apresentou quadro de dengue durante a gestação as chances de a criança apresentar má-formação neurológica foi 50% maior do que aquelas mães que não tiveram dengue.

Secom/Prefeitura

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