Mulher da à luz trigêmeos durante tratamento de câncer e passa a ser mãe de sete crianças em Castilho (SP) — Foto: Santa Casa de Araçatuba/Divulgação

‘Caso atípico’, diz médico sobre mulher que deu à luz trigêmeos durante tratamento contra o câncer

Segundo oncologista, a quimioterapia pode ocasionar malformações fetais. No caso da moradora de Castilho (SP), que teve três gestações múltiplas e agora é mãe de sete crianças, tratamento não alterou fertilidade e bebês nasceram bem.

A gestação da moradora de Castilho (SP) que deu à luz trigêmeos durante um tratamento contra o câncer de mama é considerado atípico, segundo o oncologista clínico Fábio Veloso Alexandrino, que acompanha a paciente.

A gravidez de Jaqueline Monteiro Alves, de 30 anos, ocorreu depois que concluiu os ciclos de quimioterapia e estava prestes a fazer uma cirurgia para retirar a mama direita, acometida pelo câncer descoberto em novembro de 2021. Esta foi a terceira gestação múltipla da mulher, que agora é mãe de sete crianças.

De acordo com o oncologista, durante e pós quimioterapia ocorre a diminuição hormonal, que pode ocasionar infertilidade. Mesmo assim, as pacientes em tratamento são orientadas a não engravidar neste período.

“Os quimioterápicos são drogas que podem ocasionar malformações fetais. No entanto, os quimioterápicos utilizados nos tratamentos de câncer de mama são seguros após o primeiro trimestre de gestação. No caso dela deu tudo certo, o tratamento não alterou a fertilidade e os bebês nasceram bem, mas é um caso atípico”, afirma o médico.

Derriane, Miguel e Benício nasceram na última sexta-feira (12), na Santa Casa de Araçatuba (SP). Em seguida, os trigêmeos foram internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal, sendo que dois deles tiveram alta dos cuidados intensivos na segunda-feira (15).

Além dos trigêmeos, Jaqueline e Sebastião Benedito dos Santos são pais de mais quatro filhos que nasceram em duas gestações: Lara Andressa e Lana Nicole, que agora têm 10 anos, e Laio Nicolas e Juan Ítalo, com 5 anos.

“Me pegou de surpresa, eu nem sabia que estava grávida. Estava fazendo o tratamento de câncer de mama e estava iniciando o processo de tomar remédio contínuo. No segundo mês que eu estava tomando o remédio comecei a sentir enjoo e dor no estômago. O médico passou um remédio e a dor passou, mas minha barriga começou a crescer, meu umbigo ficou estufado. Fiz um teste de gravidez e deu positivo, bem na semana que me ligaram para fazer a cirurgia”, conta Jaqueline.

Mesmo admitindo que precisará ajustar a rotina, Jaqueline diz que não vê a hora de levar os bebês para casa. Ela considera que ter ficado grávida naturalmente ao enfrentar uma doença foi um milagre de Deus.

“É uma experiência única, eu não estava planejando ficar grávida. O foco era o tratamento e eu não via a hora de acabar isso logo, mas no lugar que eu sofri, Deus me fez feliz também”, comemora.

“Agradeço a Deus por me dar essa oportunidade e eu estou muito feliz. Meus nenéns são lindos, não vejo a hora deles ficarem melhores e a gente levar para casa.”

Fonte: G1/Rio Preto e Araçatuba

Comments are closed.

error: Solicite a matéria por email!