Polícia ainda aguarda DNA, mas tem convicção da identificação do casal vítima (Foto: Reprodução)

Jovem encontrada carbonizada estava grávida de um dos acusados do crime

Dias depois de matá-la ele forjou ter sido vítima de tentativa de homicídio para tentar “tirar o foco” da investigação

BIRIGUI – O operário de 39 anos que procurou a polícia em Birigui (SP) na semana passada relatando ter sido vítima de tentativa de homicídio é o principal acusado de assassinar o casal encontrado carbonizado dentro de um carro na zona rural de Coroados.

Polícia ainda aguarda DNA, mas tem convicção da identificação do casal vítima (Foto: Reprodução)

Polícia ainda aguarda DNA, mas tem convicção da identificação do casal vítima (Foto: Reprodução)

Carro onde corpos foram encontrados era da mãe de Ellen (Foto: Hojemais Araçatuba)

Carro onde corpos foram encontrados era da mãe de Ellen (Foto: Hojemais Araçatuba)

Apesar de o resultado do exame de DNA em material coletado nos corpos ainda não ter ficado pronto, a polícia tem convicção de que as vítimas são Ellen Priscila Ferreira da Silva, 24 anos, e Ely Carlos dos Santos, 39, de Birigui.

Segundo o delegado Paulo de Tarso, responsável pela investigação, a jovem estava grávida do operário, com o qual manteve um relacionamento amoroso.

Entretanto, o investigado voltou a se relacionar com a ex-companheira e também a engravidou. Diante disso, o casal queria que Ellen fizesse um aborto, o que ela não concordou.

Investigação

A Polícia Civil chegou ao principal suspeito porque ele costumava usar drogas com as duas vítimas. Além disso, foram obtidas imagens de câmeras de monitoramento mostrando o carro do operário indo e retornando do local do crime.

O GM Prisma foi apreendido durante o cumprimento dos mandados de busca e de prisão dele, da mulher dele e de outros dois investigados, na manhã de quinta-feira (29).

Ainda segundo a polícia, o boletim de ocorrência registrado por ele no último dia 21, alegando que teria sido vítima de tentativa de homicídio, tinha como objetivo tirar o foco da investigação.

Forjou

Naquela madrugada o operário esteve na delegacia e relatou que havia sido agredido por três homens enquanto fumava crack em um local conhecido como Lagoa, no Parque das Nações.

Disse ainda que teve pés e mãos amarrados com o cadarço do próprio tênis, um pedaço de arame farpado enrolado ao corpo e os supostos assassinos teriam dito que ele iria morrer queimado, como havia acontecido com Ellen e Santos.

Depois disso ele teria sido colocado sobre um sofá velho, no qual havia sido incendiado. Porém, por ter simulado estar desacordado, os supostos autores teriam fugido e ele se jogado ao chão, conseguindo se salvar.

Confessou

Em depoimento, a companheira do operário confirmou à polícia que ele inventou essa história para tentar enganar a polícia.

A investigada contou que naquela madrugada o acusado apareceu na casa dela todo machucado, pedindo para chamar a polícia, pois haviam tentado matá-lo.

Ela comunicou a polícia e uma equipe de resgate levou o operário ao pronto-socorro, para onde ela foi com o Prisma. Quando ela chegou ao hospital ele ainda não havia sido atendido por um médico, mesmo assim pediu para ser levado à delegacia.

Mais inteligente

A mulher disse à polícia que estranhou ao ouvir o companheiro dela dizer em depoimento na ocasião, que quem havia tentado matá-lo foram as pessoas que haviam assassinado Ellen e Santos, pois eles que haviam cometido o homicídio.

Ela não se manifestou, mas ao chegar em casa o questionou a respeito da versão. De acordo com ela, o operário contou que enquanto usava entorpecente teve a ideia de inventar a tentativa de homicídio contra ele para tirar o foco da investigação. Ele ainda teria relatado quando usa drogas fica mais inteligente.

Auto lesão

Para simular o crime, o operário teria pego um pedaço de madeira e batido contra a própria cabeça. Em seguida, ele se amarrou com o próprio cadarço e com o arame farpado.

Como não conseguiu se soltar, ele cortou o cadarço com um pedaço de telha e depois ateou fogo em um sofá velho que havia no local.

Em entrevista ao site G1, o delegado Paulo de Tarso, responsável pela investigação, disse que o casal encontrado carbonizado foi queimado vivo.

De acordo com ele, a polícia ainda não sabe como os autores chegaram até as vítimas, mas ficou comprovado que o casal foi amarrado dentro do carro e teve os corpos queimados após serem molhados com gasolina.

Os familiares de Ellen reconheceram o carro encontrado queimado como sendo o da mãe dela. Ainda de acordo com o delegado, um jovem de 19 anos que também foi preso assumiu participação no crime.

Hipóteses

Além da motivação passional, a polícia trabalha com a possibilidade de que o crime tenha sido motivado por suposta dívida de drogas de Santos com um traficante.

Outra possibilidade seria vingança, já que Ellen testemunhou uma tentativa de homicídio por parte do operário e o teria delatado.

A vítima desse crime é um homem de 38 anos, que foi esfaqueado no bairro São José, em Birigui, na madrugada de 24 de julho. Na ocasião ele disse que havia sido atacado por um casal.

O operário foi identificado pela polícia como sendo o autor e confessou o crime, dizendo que Ellen e Santos estavam com ele na ocasião, pois consumiam drogas juntos, mas não teriam tido participação na tentativa de homicídio.

 

Hoje+ Araçatuba

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