Erineu da Rosa, de 78 anos, foi encontrado morto em canavial de Cesário Lange (SP) — Foto: Reprodução.

Vídeo mostra idoso achado morto entrando em carro de mulheres presas por dopar e roubar vítimas

Erineu da Rosa, de 78 anos, foi encontrado morto em um canavial de Itapetininga. Jovem de 24 anos e a tia, de 44, confessaram que davam medicamentos com refrigerante aos idosos; laudo aponta traumatismo craniano.

CESÁRIO LONGE/SP Um vídeo mostra a última vez que Erineu da Rosa, de 78 anos, foi visto com vida em Cesário Lange (SP). O idoso despareceu no dia 29 de julho, por volta das 14h. Duas mulheres, de 24 e 44 anos, foram presas no dia 13 de agosto suspeitas de drogar e matar o idoso, que foi encontrado em um canavial.

Erineu da Rosa, de 78 anos, foi encontrado morto em canavial de Cesário Lange (SP) — Foto: Reprodução.

Erineu da Rosa, de 78 anos, foi encontrado morto em canavial de Cesário Lange (SP) — Foto: Reprodução.

O boletim de ocorrência de desaparecimento foi registrado no dia 30 de julho, quando ele não retornou para casa. Na ocasião, a vítima saiu de casa dizendo que iria buscar um carro na oficina, mas não chegou ao local. O filho afirmou à polícia que era a primeira vez que o idoso não tinha retornado.

O vídeo, a qual o G1 obteve nesta terça-feira (6), mostrou quando as mulheres pararam o carro e Erineu entrou. Testemunhas contaram à investigação que ele andava na rua quando as duas o abordaram. Antes do idoso, um homem revelou que também havia sido chamado por elas.

Policiais chegaram até tia e sobrinha ao analisarem as imagens de câmeras de monitoramento e terem acesso a registros de ligações, que apontaram que elas estiveram na cidade.

Segundo a Polícia Civil, após a prisão, as suspeitas indicaram onde deixaram a vítima. O idoso foi achado na plantação em estado de decomposição.

O laudo do Instituto Médico Legal (IML) indicou que Erineu morreu por traumatismo craniano. A Polícia Civil aguarda também o laudo toxicológico, que irá apontar as substâncias no corpo dele. Conforme o filho, a vítima havia saído de casa com cerca de R$ 1 mil.

As duas mulheres são suspeitas de aplicarem golpes em ao menos três vítimas em Angatuba (SP), uma em Sarapuí (SP), uma em Alambari (SP), uma em Cesário Lange (SP), uma em Avaré (SP), duas em São Miguel Arcanjo (SP), uma em Campina do Monte Alegre e nove em Itapetininga (SP).

Alvos idosos

Dos casos que as vítimas registraram boletim de ocorrência, 12 foram durante a pandemia. Contudo, há registros de crimes desde setembro de 2019.

Segundo a polícia, a dupla abordava idosos em locais públicos e oferecia caronas ou se passavam de enfermeiras. Uma delas contou à investigação que oferecia serviço sexual. No entanto, as vítimas ouvidas na delegacia negam.

As mulheres passaram a oferecer refrigerante com remédios, dopavam as vítimas e aproveitavam para pegar os valores. Alguns idosos relataram terem sido agredidos e deixados no mato por dias.

Ao serem detidas, em Itapetininga, elas confessaram que estavam a caminho de outra cidade fazer mais vítimas. A polícia acredita que os golpes registrados na delegacia podem ter chegado a R$ 100.

A Justiça determinou a prisão preventiva por latrocínio, quando há roubo seguido de morte, e foram encaminhadas para uma unidade prisional da região. Também foram aprendidos dois veículos usados nos crimes, celulares e medicações.

Prisão de fornecedor

Um técnico de enfermagem do Hospital Regional de Sorocaba (SP) foi preso no dia 9 de setembro, na operação “Melhor Idade”, por suspeita de vender medicamentos controlados para as duas.

Conforme a investigação, o funcionário do hospital, de 37 anos, foi detido na casa dele, na Vila Piedade, em Itapetininga (SP), durante cumprimento de mandado de busca.

Na casa dele foi apreendida grande quantidade de medicação “tarja preta” como morfina, Clonazepan, Diazepam, Lorazapan, Tramadol e diversas marcas de antibiótico.

De acordo com a DIG, as medicações não possuíam nota fiscal ou qualquer anotação que indique a procedência. Os remédios foram apreendidos. O suspeito foi liberado na audiência de custódia e o caso continua sob investigação.

G1

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