Sepultamento foi no domingo (9), em Presidente Venceslau — Foto: Wagner Bueno/Portal Bueno

PM morto a tiros por falso policial civil é enterrado com homenagens em Presidente Venceslau

José Valdir de Oliveira Junior, de 37 anos, sargento da Polícia Militar, deixa uma filha, de 16 anos, e a esposa, que está grávida de gêmeos.

PRESIDENTE VENCESLAU – O corpo do sargento da Polícia Militar José Valdir de Oliveira Junior, de 37 anos, morto por tiros disparados por um homem que se passou por policial civil, em São Paulo (SP), na madrugada deste sábado (8), foi velado e enterrado no domingo (9), em Presidente Venceslau (SP), sua cidade de origem.

O sepultamento foi às 13h e durante a cerimônia, a Polícia Militar homenageou a vítima com solenidades especiais, com salva de tiros e toque fúnebre.

O sargento era casado, tinha uma filha de 16 anos e a esposa está grávida de gêmeos. Ao ser comunicada sobre a morte do marido, a gestante, que também é policial militar, precisou ser internada em um hospital de Jundiaí (SP), cidade onde a vítima residia com a família. Horas depois recebeu alta.

A esposa da vítima, Bianca Romano Magri, que está há três anos na corporação da Polícia Militar, está grávida de três meses de gêmeos e contou ao G1, que o marido estava animado com a gravidez. Ele morreu sem saber o sexo dos bebês. Bianca e o esposo estavam juntos há quase dois anos.

“Maravilhoso como marido e estava feliz com a gravidez. Passava em todos os médicos comigo, era presente em casa, brincalhão e experiente na Força Tática. Serei eterna fã número 1”, disse.

Outros dois policiais militares também morreram após serem atingidos pelos tiros, disparados pelo homem que se identificou falsamento como policial civil.

Além de Oliveira, um dos outros dois policiais mortos, o soldado Victor Rodrigues Pinto da Silva, de 29 anos, também deixa uma esposa que está grávida.

O crime

De acordo com a Polícia Militar, os três militares morreram após serem atingidos por tiros disparados por um homem que se identificou falsamente como policial civil na madrugada de sábado (8). O suspeito também foi atingido e morreu.

Segundo a polícia, os suspeitos tinham saído de uma festa e abordaram uma moto na Avenida Politécnica, no Butantã, Zona Oeste de São Paulo, por volta das 5h. Os PMs viram a cena e abordaram a moto e o carro com dois ocupantes. Um deles, Cauê Doretto de Assis, de 24 anos, disse que era policial civil. Os PMs solicitaram a arma e a carteira funcional do suspeito, que as entregou para os PMs.

Enquanto os PMs checavam se Cauê era mesmo policial civil, ele sacou uma segunda arma, baleou um PM na cabeça, baleou o segundo e correu atirando.

O acompanhante de Cauê que também estava no carro e único sobrevivente do tiroteio, Vitor Mendonça, foi levado para a delegacia para prestar depoimento oficialmente como detido e suspeito. As investigações vão determinar se ele também agiu ou se passará a ser testemunha do caso. Ele disse que a abordagem policial acontecia normalmente, mas que Cauê se exaltou. Ele admitiu que ingeriram álcool, mas não explicou porque eles abordaram a moto.

“Ele surtou, surtou, eu não entendi nada do que aconteceu, juro por Deus”, afirmou à polícia.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) confirmou que Cauê não era policial civil e que a carteira profissional usada por ele é falsa.

Ele fugiu, mas um terceiro PM conseguiu atingi-lo. Ele foi socorrido e levado pronto-socorro do Hospital Regional de Osasco, na região metropolitana de São Paulo, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. O falso policial civil também conseguiu atingir esse terceiro PM, que foi ferido, passou por cirurgia no Hospital Universitário, mas não resistiu e morreu por volta de 7h40. O outro ocupante do carro foi detido. Foram quatro mortes no total, três policiais militares e o falso policial civil.

A ocorrência foi encaminhada ao 91º. DP. O caso vai ser investigado pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).

A Polícia Militar divulgou uma nota de pesar, lamentando a morte dos três policiais militares. O soldado Celso Ferreira de Menezes Júnior tinha 33 anos e estava na corporação há mais de 10 anos.

O soldado Victor Rodrigues Pinto da Silva tinha 29 anos e estava na polícia há há 6 anos e 9 meses. Já o sargento José Valdir De Oliveira Júnior, de 37 anos, estava na polícia há 14 anos e 5 meses e também deixa uma filha e a esposa, Bianca, que está grávida de gêmeos.

Segundo a Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP), o número de ocorrências envolvendo policiais aumentou no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. As polícias civil e militar mataram 514 pessoas de janeiro a junho. Nesse mesmo período, 28 policiais foram mortos no estado.

Fonte: G1

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