Imagem de rede social de Paula Sánchez Frega, vítima de pornô vingança na Argentina — Foto: Reprodução/Instagram.

Argentina julga primeiro caso de vingança pornô; país não tem lei específica para esse tipo de crime

Um tatuador é acusado de ter divulgado vídeo íntimo com sua ex-namorada após o término do relacionamento.

A Justiça da Argentina conduz o primeiro processo de divulgação de vídeos íntimos por vingança no país –esse crime não está previsto no código penal argentino e, por isso, a acusação formal contra o homem é a de coagir a vítima e de lesão leve qualificada –o que pode resultar em, no máximo, seis anos de prisão.

Imagem de rede social de Paula Sánchez Frega, vítima de pornô vingança na Argentina — Foto: Reprodução/Instagram.

Imagem de rede social de Paula Sánchez Frega, vítima de pornô vingança na Argentina — Foto: Reprodução/Instagram.

O julgamento que acontece em La Rioja, um estado na região noroeste da Argentina, está em tramitação –depois de algumas audiências, a defesa pediu o afastamento do juiz Jorge Chamía, que seria parcial por fazer “militância de gênero”, segundo o advogado do réu.

O tatuador Patricio Pioli, 36, é acusado de espalhar vídeos com sua ex-namorada, Paula Sánchez Frega, 28, em que os dois tinham relações sexuais. Ela foi a primeira mulher argentina a leva um homem à Justiça por vingança pornô.

Pioli negou ter divulgado os vídeos em uma entrevista ao jornal “Clarín”. “Eu nunca fiz isso. Não faria isso de forma nenhuma, ainda mais porque eu também me exporia. Para que eu faria algo assim?”

Ele diz que foi hackeado e que não foi ele quem enviou os vídeos.

Pioli, o tatuador, trabalha na cidade de San Juan. Ele conheceu Frega, a vítima, em 2016. Depois de dois meses de namoro, ele foi morar na casa dela. A relação acabou depois de oito meses, e, depois disso, houve a divulgação dos vídeos.

A vítima teve depressão e procurou tratamento psiquiátrico e tem transtornos de ansiedade. Ela também teve problemas profissionais, mas, recentemente, começou a trabalhar como cabeleireira.

O réu diz que Frega o acusou por ser “desequilibrada emocionalmente” e, em uma entrevista a uma rádio, e que ela “tem esse comportamento porque foi abusada sexualmente pelo seu avô.”

Ele estava em prisão domiciliar, mas foi encaminhado para uma cadeia porque, para a Justiça, ele fez piada com sua condição: em uma rede social, publicou um vídeo em que colocava a mão para fora do portão e diz “livre”, depois trazia a mão de volta e afirma “preso”.

O advogado da defesa pediu que o juiz se declare parcial por ser um militante “de gênero”. O caso foi suspenso até que haja um novo aviso.

G1

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