Jovem foi morto na saída da casa (Foto: Divulgação / Arquivo pessoal).

‘Tenho dor nas mãos’, diz suspeito de latrocínio quando questionado porque não trabalha ao invés de roubar

Durante 40 minutos, o rapaz falou sobre o crime em MS. “Ele confessou que saiu para roubar sim, já que estaria devendo pensão de R$ 300 e tinha contas do cartão para pagar.

CAMPO GRANDE/MS – A justificativa chegou a causar revolta na equipe policial plantonista, que fez a oitiva com o suspeito de latrocínio contra o estudante e militar da Força Aérea Brasileira (FAB), Rafael Lucas Soares, de 23 anos. Segundo o delegado Camilo Kettenhuber, o rapaz de 20 anos disse que tinha “dor nas mãos”, quando questionado porque não trabalha ao invés de roubar. “Mas, para atirar, você não tem dor nas mãos”, emendou o delegado durante depoimento.

Jovem foi morto na saída da casa (Foto: Divulgação / Arquivo pessoal).

Jovem foi morto na saída da casa (Foto: Divulgação / Arquivo pessoal).

Durante 40 minutos, o rapaz esteve frente a frente com a autoridade policial e falou sobre o crime. “Ele confessou que saiu para roubar sim, já que estaria devendo pensão de R$ 300 e tinha contas do cartão para pagar. Pouco antes do latrocínio, o que chamou a atenção é que soubemos pela PM [Polícia Militar] que outra vítima o reconheceu e disse que também foi roubada por ele”, explicou ao G1 Kettenhuber.

Arma usada no latrocínio contra militar em MS (Foto: PM/Divulgação).

Arma usada no latrocínio contra militar em MS (Foto: PM/Divulgação).

No caso desta primeira vítima, ela não chegou a registrar ocorrência. Sobre a arma, o suspeito comentou que a adquiriu “há muito tempo” no município de Coxim, a 257 km de Campo Grande. “Sobre a luta com a vítima, ele alegou que o estudante se aproximou e foi pra cima dele e a todo instante tentou tirar a arma até que, em certo momento, o suspeito atirou quatro disparos contra a vítima”, comentou o delegado.

Na manhã desta quinta-feira (14), o jovem passa por audiência de custódia. “Nós pedimos a prisão preventiva dele e acredito que o juiz deve converter. Ele foi indiciado por latrocínio e porte ilegal de arma de fogo de uso permitido. O caso agora segue para a Derf [Delegacia Especialziada de Repressão à Roubos e Furtos]”, finalizou o delegado.

Entenda o caso

O rapaz foi preso na madrugada dessa quarta-feira (13), suspeito de matar Rafael durante assalto, no bairro Coophatrabalho, em Campo Grande. O crime aconteceu na frente da casa da vítima, enquanto ele mexia no celular e seguia para faculdade, no início da noite de terça-feira (12).

De acordo com informações do boletim de ocorrência, o militar estava na calçada de casa quando o suspeito se aproximou em uma moto, mostrou o revólver e pediu o celular. O estudante reagiu, lutou com o assaltante e foi morto com dois tiros: um no tórax e outro na perna esquerda.

Depois do crime, o bandido fugiu a pé com capacete. Câmeras de segurança gravaram toda a ação. As imagens foram entregues à polícia. Conforme a Polícia Militar (PM), o assaltante deixou a moto usada por ele no local do latrocínio, correu, jogou o revólver calibre 32 e depois foi de ônibus até a casa da sogra, onde foi preso e confessou o crime.

Ainda conforme o registro policial, o suspeito disse aos policiais que, enquanto fugia, ligou para o amigo, de 21 anos, dono da moto que havia pego emprestada e contou o que havia acontecido. Este então fez a mãe ir até a delegacia fazer a falsa comunicação de furto com o objetivo de dificultar a ação policial.

O assaltante que matou o militar é suspeito ainda de roubar outros celulares na noite do latrocínio. Moradores da região viram ele correndo e entregaram à polícia celulares que ele deixou cair. O revólver usado nos crimes foi apreendido depois que o bandido disse onde havia jogado.

O bandido foi autuado em flagrante por roubo seguido de morte e porte ilegal de arma de fogo de uso permitido. O amigo dele vai responder por comunicação falsa de crime.

G1

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