Crime ocorreu em outubro de 2015, na Zona Rural de Capão Bonito (SP). Dupla respondeu por duplo homicídio e tentativa de homicídio.
CAPÃO REDONDO/SP – A Justiça condenou na quinta-feira (3) dois homens acusados de matar o aposentado Jurandir Bento de Arruda, de 51 anos, e o filho dele, Jefferson Pereira de Arruda, de 25 anos, durante uma emboscada em outubro de 2015, em Capão Bonito (SP).
De acordo com o juiz Felipe Abraham de Camargo Jubram, da 1ª Vara Criminal de Capão Bonito, um dos suspeitos foi condenado à pena de 62 anos, seis meses e 28 dias de reclusão, em regime inicial fechado e o outro a 52 anos, um mês e 23 de dias de reclusão, a ser cumprido no mesmo regime.
Os condenados, 50 e 21 anos, também vão responder pela tentativa de homicídio da mulher de Jurandir, que ficou ferida ao ser esfaqueada. A Justiça não divulgou o nome dos criminosos.
Ainda segundo a Justiça, os condenados afirmaram que no dia do crime uma das vítimas os ameaçou com arma e que agiram em legítima defesa.
Porém, os jurados decidiram que os crimes foram cometidos por motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa das vítimas.
Emboscada
O crime ocorreu em 12 de outubro quando a família voltava para Sorocaba após passar o feriado em uma chácara no Bairro Boituva, zona rural de Capão Bonito, quando foi abordada pelos suspeitos, sendo um, na época, menor de idade.
O aposentado e seu filho foram mortos após luta corporal com os suspeitos. A mulher conseguiu fugir com o neto, que tinha 7 anos.
Fuga e prisão
Os primeiros suspeitos foram localizados em uma casa abandonada em São Paulo quatro dias após o crime. Eles foram detidos inicialmente por invasão de domicílio, mas quando os policiais verificaram os nomes deles souberam da suspeita de homicídio.
Questionados, os suspeitos confessaram ser de Capão Bonito e que estavam fugindo da cidade devido ao crime. O adolescente ficou na Fundação Casa enquanto o rapaz ficou na cadeia da cidade.
Já o terceiro suspeito, de 47 anos, se entregou à Polícia Civil em 23 de outubro de 2015. Os maiores estavam presos e foram condenados nesta quinta-feira (3). Já menor ficou detido na Fundação Casa.
Mão decepada
De acordo com delegado Hélio Edson de Souza Junior, responsável pelo caso, o jovem Jefferson Pereira de Arruda teve a “mão decepada, o rosto dilacerado e pode ter cometido suicídio”.
“Encontramos o corpo com um revólver na mão. Talvez pela dor que sentia, ele pode ter se matado. Mas essa é apenas uma das hipóteses que a perícia investiga. Não está descartada, mas também não está comprovada”, contou na época o delegado, no entanto o resultado do laudo não foi divulgado ao G1.
Socorro
Após ver o tio e o avô serem assassinados, a criança, que na época tinha 7 anos, andou 10 quilômetros por uma estrada rural até encontrar socorro. Segundo a parente, que não quis se identificar, o garoto não se feriu, mas ficou em estado de choque.
“Quando questionado sobre o crime, começa a chorar e gritar de desespero. Vamos encaminhá-lo para terapia nos próximos dias”, revela.
Ainda segundo a tia, assim que conseguiu socorro, o menino não conseguia falar e só contou o que tinha acontecido por desenhos.
Para o delegado Hélio Edson de Souza Junior, a atitude da criança em seguir sozinha por quilômetros na estrada rural foi fundamental. “A atitude de fugir e procurar ajuda foi essencial para que a polícia chegasse logo ao local do crime e socorresse a avó que estava ferida”, diz.