Valdir Pereira da Rocha teve morte cerebral após ser espancado por outros presos dentro de cadeia em Várzea Grande (Foto: Reprodução/TVCA).

Quatro presos são indiciados por homicídio de suspeito de terrorismo em MT

Valdir Pereira da Rocha morreu após ser espancado dentro de cela em cadeia de Várzea Grande. Suspeito foi um dos alvos de operação antiterrorismo da Polícia Federal em 2016.

VÁRZEA GRANDE/MT – A Polícia Civil indiciou quatro detentos pelo assassinato do preso Valdir Pereira da Rocha, de 36 anos, dentro da Cadeia Pública do Capão Grande, em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá. Suspeito de envolvimento em atividades terroristas, Valdir morreu no dia 15 de outubro, após ser espancado dentro da unidade prisional onde estava detido.

Valdir Pereira da Rocha teve morte cerebral após ser espancado por outros presos dentro de cadeia em Várzea Grande (Foto: Reprodução/TVCA).

Valdir Pereira da Rocha teve morte cerebral após ser espancado por outros presos dentro de cadeia em Várzea Grande (Foto: Reprodução/TVCA).

Segundo a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que investigou o caso, o crime foi motivado, supostamente, por Valdir ter sido envolvido na operação da Polícia Federal. Os presos alegaram à DHPP, em interrogatório, que não queriam a presença de Valdir junto aos demais detentos, decidindo, então, por iniciar uma briga para que ele fosse transferido do local.

Valdir foi um dos investigados na operação ‘Hashtag’ da Polícia Federal, deflagrada em julho de 2016. A operação visava deter um grupo suspeito de planejar um ataque terrorista durante a Olimpíada do Rio de Janeiro. Ele foi um dos dois presos em Mato Grosso e se entregou à polícia no dia 22 de julho. Ele foi encaminhado ao presídio de Capão Grande após ser transferido de um presídio federal.

Segundo a DHPP, o inquérito foi encerrado na semana passada e os suspeitos deverão responder por homicídio qualificado por motivo fútil. O inquérito foi remetido à Primeira Vara de Várzea Grande na última quarta-feira (26).

Valdir foi cercado e espancado por outros presos dentro da própria cela. Segundo a Polícia Civil, o preso que determinou o espancamento de Valdir foi identificado como Ewerton Rodrigues de Lima, conhecido por “Japão”. O autor das agressões contra a vítima, por meio de chutes e socos, seria Kaio Eduardo de Oliveira.

Também foram indiciados os detentos Alexandre de Amaral Teophiro Ribeiro (Alemão) e Jorge Lima Oliveira (Salve Jorge), que seriam os responsáveis por quebrar o cadeado da cela onde Valdir estava e permitir que os demais presos tivesses acesso ao raio.

Operação Hashtag

A chamada Operação Hashtag pela Polícia Federal,resultou na prisão de pelo menos 12 pessoas em oito estados, segundo o Ministério da Justiça. Foram as primeiras prisões no Brasil com base na lei antiterrorismo, sancionada em março pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

Também foram as primeiras detenções por suspeita de ligação com o grupo terrorista Estado Islâmico, que atua no Oriente Médio, mas tem cometido atentados em várias partes do mundo.

Em setembro de 2016, o Ministério Público Federal (MPF) ofereceu denúncia contra oito dos investigados na operação por crimes como promoção de organização terrorista, associação criminosa, corrupção de menores e recrutamento para organização terrorista. A denúncia foi aceita pela Justiça Federal e esta é a primeira ação penal por terrorismo no Brasil.

 
G1

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