Empresário é suspeito de fechar contrato de R$ 190 milhões para mascarar suborno a um empresário
O empresário andradinense, Mário Celso Lopes, foi liberado no começo da noite desta quarta-feira (8), após ficar detido por quase dez horas na sede da PolÃcia Federal de Três Lagoas. Os advogados dele conseguiram um habeas corpus, em BrasÃlia.

O empresário Mário Celso é escoltado por policiais federais ao sair do Fórum da Justiça Federal de Três Lagoas (Foto: Perfil News)
Ele foi preso na manhã desta quarta-feira (8), em Andradina (SP), pelos policiais federais de Três Lagoas. O mandado de prisão temporária de cinco dias, contra o empresário, antigo parceiro de negócios da holding J&F, é fruto da 2ª fase da Operação Greenfield, deflagrada na manhã de hoje. Mário Celso era um dos sócios da empresa de celulose Eldorado Brasil – fábrica instalada em Três Lagoas.
A investigação, segundo a PolÃcia Federal, aponta que um contrato de R$ 190 milhões entre os dois principais sócios de um dos maiores grupos empresariais investigados pela Greenfield tenha sido empregado para mascarar o suborno a um empresário concorrente para que não revelasse informações.
Há indÃcios de que o contrato de fornecimento de massa florestal de eucalipto para produção de celulose seja apenas uma forma de recompensar o silêncio de um ex-sócio que poderia auxiliar a investigação.
O Ministério Público Federal (MPF) do Distrito Federal solicitou ainda o bloqueio de bens, ativos, contas bancárias e investimentos pertencentes a MCL Empreendimentos e Negócios, MCL Participações, Mário Celso Lopes, Mário Celso Lincoln Lopes e Eucalipto Brasil S.A.
Além disso, o MPF requereu também o sequestro de bens imóveis e cotas sociais dos investigados. Em caso de condenação, o Ministério Público Federal pretende assegurar reparação de prejuÃzo causado aos fundos de pensão, estimada em R$ 1,7 bilhão.
Investigações relevam que Mário Celso teria participado da constituição da Florestal S/A. Ele seria o principal sócio da MCL, que se aliou ao Grupo J&F Investimentos para a formação da companhia, que teria recebido, posteriormente, aportes financeiros da Petrobras e Funcef, entre 2009/2010.
Segundo o MPF, o empresário, seu filho e outros investigados fraudaram fundos de pensão como o Petros e o Funcef, que, juntos, investiram cerca de R$ 550 milhões no Fundo de Investimentos em Participação (FIP) Florestal, antiga Florestal S/A, empresa criada por Lopes.
Ainda de acordo com o MPF, estima-se que o prejuÃzo causado aos fundos de pensão chegue a R$ 1,7 bilhão. Por esse motivo, o MPF pediu o bloqueio dos bens do empresário, do seu filho, da Eucalipto Brasil e de outras empresas ligadas aos investigados.