Armas e munições apreendidas em Campinas após ação da Polícia Militar (Foto: Batalhão de ações Especiais de Polícia/Baep/Divulgação).

Ouvidor da polícia diz que há ‘indícios de excesso de legítima defesa’ em ação da PM com 8 suspeitos mortos em Campinas

Em parecer preliminar, Benedito Mariano destaca que laudos de necropsia apontaram que algumas vítimas tinham de 13 a 17 ferimentos a bala.

CAMPINAS/SP – Ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo, Benedito Domingo Mariano afirmou ao G1 que há “indícios de excesso de legítima defesa” na ação da Polícia Militar (PM) que terminou com oito suspeitos mortos na noite do dia 28 de fevereiro, em Campinas (SP).

Armas e munições apreendidas em Campinas após ação da Polícia Militar (Foto: Batalhão de ações Especiais de Polícia/Baep/Divulgação).

Armas e munições apreendidas em Campinas após ação da Polícia Militar (Foto: Batalhão de ações Especiais de Polícia/Baep/Divulgação).

Segundo Mariano, dados de necropsia de sete das oito vítimas apontaram que enquanto alguns indivíduos foram mortos por dois disparos de arma de fogo, outros cadáveres apresentaram 13 e 17 ferimentos a bala.

“De forma preliminar informo que há indício de excesso na legítima defesa. É necessário que se faça teste de confronto balístico das armas utilizadas pelos policiais, combinado com a reconstituição da operação para se chegar a uma conclusão definitiva.”

A Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP) informou, em nota oficial, que o inquérito policial está em andamento pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG) e a necessidade de uma reconstituição será avaliada durante as investigações. “Cabe dizer que até o momento o delegado não recebeu nenhuma solicitação sobre o fato. A Corregedoria da PM acompanha o caso”, diz o texto da nota.

O ouvidor comunicou seu parecer preliminar à Polícia Civil e à Corregedoria da PM, e sugeriu a reconstituição da operação. “Somente assim poderemos individualizar a conduta policial na ação. A expectativa é que a sugestão seja aceita pelas polícias, pois é importante para esclarecer a ação.” 

O tiroteio

Segundo a Polícia Militar, os oito homens que morreram no tiroteio eram suspeitos de integrar uma quadrilha de explosão a caixas eletrônicose estariam a caminho de uma ação criminosa em Joanópolis (SP), quando foram surpreendidos em uma estrada de terra no distrito de Joaquim Egídio, às margens da Rodovia Dom Pedro I (SP-065).

Sete corpos foram recolhidos no dia do confronto, e um cadáver localizado uma semana depois, no Rio Atibaia. Um suspeito armado e ferido conseguiu fugir a pé, mas foi localizado no dia seguinte ao confronto, após tentar pedir ajuda a moradores da região.

Análise técnica da Polícia Científica enviada à Ouvidoria apontou que sete das 12 armas apreendidas com os suspeitos tinham sido utilizadas recentemente, “o que caracteriza, com base nos laudos, que houve confronto”, diz Mariano.

Mariano destacou que o “caso está sendo bem tocados pelas polícias Militar e Civil”, e que aguarda o relatório final da Corregedoria e o inquérito para concluir o posicionamento da Ouvidoria sobre a operação.

G1

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