Vereadores durante sorteio de integrantes que integrarão Comissão Processante. Foto - Ilha de Notícias

Câmara acata denúncia, abre processo e afasta vereador

ILHA SOLTEIRA – A Câmara de Ilha Solteira acatou denúncia contra o vereador Docílio José Corrreia Feitosa, o “Cido” (PSD), por gastos irregulares com viagens entre os anos de 2013 e 2016, abriu processo e afastou o parlamentar do mandato. O suplente Aílton Vieira de Lima, o “Baixinho” (PSD), que deve ser investigado pelo mesmo motivo, irá substituí-lo.

Vereadores durante sorteio de integrantes que integrarão Comissão Processante. Foto - Ilha de Notícias

Vereadores durante sorteio de integrantes que integrarão Comissão Processante. Foto – Ilha de Notícias

A denúncia e a abertura do processo foram acatadas por cinco dos oito vereadores que podiam votar: Antônio Carlos da Silva, o “Toninho” (PT), Dalmi Guedes (PSC), Eduardo Vasconcelos (PPS), Rodrigo ‘Kokim’ (PPS) e Valdeci Vieira (PV). Alberto dos Santos Jr., o “Beto” (PSB), Darley Barros Jr. (PSDB) e Ricardo Casagrande (PP) se declararam favoráveis a investigação, mas votaram contra por acreditarem que a denúncia tinha irregularidades.

Com o recebimento da denúncia e a abertura de uma Comissão Processante, o vereador ‘Cido’ foi afastado do mandato. A base do Governo ainda tentou que o plenário votasse contra o afastamento, mas o presidente do legislativo, Valdeci Vieira, disse que isso, de acordo com o Regimento da Câmara, era uma prerrogativa dele, e ele não acatou o pedido.

‘Cido’ deve ficar afastado do mandato até a conclusão do processo, que será conduzido pelos vereadores Darley Barros Jr., Ricardo Casagrande e Rodrigo Kokim, e que pode durar até noventa dias. Mas ele disse que irá recorrer da decisão e tentar recuperar o mandato judicialmente ainda nesta sexta-feira (3).

Com o afastamento de Cido, o suplente Aílton Vieira de Lima, o Baixinho, irá assumir sua cadeira na Câmara. Mas uma denúncia contra ele, pelo mesmo motivo que afastou Cido, deve ser protocolada na Câmara após a sua posse. Se acatada, ele também será afastado, abrindo caminho para que Bruno (PSD), que é filho do denunciante, Jerfson Kanon, assuma uma cadeira no legislativo.

A DENÚNCIA

A denúncia é praticamente a mesma apresentada no último mês de outubro e que acabou rejeitada pela Câmara. A diferença é que, agora, ela é assinada pelo advogado e ex-secretário de Emprego do Governo de Edson Gomes, Jerson Domingues Bueno, o “Kanon”. O documento também teria informações adicionais, que foram apontadas como motivo da rejeição no ano passado.

De acordo com a denúncia, que em outubro também incluía o ex-vereador Aílton Vieira de Lima, o Baixinho, os dois consumiram R$ 222.270,00, entre 2013 e julho de 2016, em 485 diárias para 122 viagens, sendo 85 para São Paulo e 37 para Brasília.

O denunciante também fala em suposto crime de falsificação, superfaturamento e compra de notas fiscais praticadas por ambos, afirmando que, baseado em prestação de contas fornecidas pela Câmara, eles poderiam ter em mãos talões de notas de determinados estabelecimentos, pois existiriam diversas notas em sequências numéricas muito próximas na mesma prestação ou até de um mês para outro. “Será que entre uma refeição e outra, viagem e outra, o estabelecimento não emitiu mais notas? Só teve o vereador e o ex-vereador de clientes?”, aponta Kanon na denúncia.

O denunciante também fala em “notas de refeições com valores absurdos”, fora da realidade aplicada em estabelecimentos comerciais, como refrigerante e salgado por R$ 58,00 cada. Há também notas de diárias com valores acima do praticado pelo hotel onde se hospedaram.

A denúncia também fala em dinheiro não devolvido, diárias pagas em dias em que os dois não viajaram e até com horário de saída irregular (disse que saiu às 7h00, mas só viajou às 21h30, aumentando o valor pago da diária) e irregularidade no uso do veículo da Câmara (disseram que usaram o carro da Câmara, quando ele não saiu da cidade).

 

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