Soldado Daniel Piauí havia entrado recentemente na corporação. O caso foi registrado como feminicídio no 10º Distrito Policial de Osasco, em São Paulo

Suelma Sousa, 32 anos, foi morta pelo marido PM, que depois se matou na manhã de quinta-feira, em Osasco. Foto: Reprodução
Segundo os depoimentos de parentes e vizinhos à Polícia Civil, Suelma havia se separado de Costa após descobrir uma traição, mas o PM não aceitava o fim do relacionamento e se negava a deixar o apartamento onde viviam no bairro Portal d’Oeste.
Em mais de uma ocasião, o agente teria ameaçado se matar caso Suelma não reatasse a união, mas não havia registros de intimidações ou agressões contra ela. Antes do crime, os dois discutiram.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo informou que uma arma foi apreendida e encaminhada para perícia. A pistola de calibre .40 pertence à Polícia Militar e era usada por Costa em serviço.
O caso foi registrado como feminicídio e suicídio pelo 10º Distrito Policial (Jardim Helena Maria) de Osasco. Suelma tinha um filho, que não estava em casa no momento do crime.
Aumento dos casos
Em 2019, o número de casos de feminicídio cresceu 28% na comparação com 2018. Segundo estatísticas da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, foram 155 registros de janeiro a novembro do ano passado, contra 121 no mesmo período de 2018. Os dados de dezembro de 2019 ainda não foram fechados – no mesmo mês de 2018, foram 15 casos, totalizando 136 ocorrências de feminicídio naquele ano.
A Lei do Feminicídio – que prevê penas mais altas para condenados por assassinatos decorrentes de violência doméstica ou por discriminação e menosprezo à mulher – entrou em vigor em 2015.
A lei classifica esses homicídios como hediondos, dificultando, por exemplo, a progressão da pena do condenado, além de elevar em até um terço a pena final do réu. Mas muitos dos crimes passíveis de enquadramento como feminicídio ainda não são registrados assim, dizem especialistas.