Policiais isolam área próxima ao prédio em chamas durante o amanhecer em Londres (Foto: Daniel Leal-Olivas/AFP)

Incêndio atinge prédio de 24 andares e deixa 12 mortos em Londres

78 pessoas ficaram feridas no incêndio que atingiu a torre Grenfell, no oeste da cidade. Bombeiros descartaram risco de desabamento no prédio, que passou por reforma em 2016.

LONDRES (ENG) – Um grande incêndio que atingiu e destruiu um prédio de 24 andares e 120 apartamentos, na zona oeste de Londres, na Inglaterra, na madrugada desta quarta-feira (14), deixou ao menos 12 mortos e 78 feridos. Não há informações sobre o que teria provocado as chamas na Grenfell Tower, que passou por uma reforma em 2016.

A polícia confirmou 12 mortes até o momento e diz que o número deve aumentar, pois não há mais esperança de se encontrar sobreviventes. Embora tenham cogitado mais cedo, os bombeiros descartaram o risco de desabamento. O edifício, construído em 1974, em North Kensigton, fica a 2,7 km da residência do príncipe Willian e da sua mulher, Kate Middleton.

Setenta e oito feridos estão internados em seis hospitais, sendo que 18 estão em estado grave. O incêndio é um dos maiores registrados em Londres. “Nunca vi nada parecido com esse incêndio em 29 anos de trabalho”, declarou o chefe da Brigada de Incêndio de Londres, Dany Cotton. Veja o vídeo.

Os bombeiros devem ficar pelo menos mais 24 horas no local, até que o fogo seja extinto. O chefe da Brigada de Incêndio afirmou ainda que alguns bombeiros tiveram feriamentos leves durante o resgate.

Testemunhas relataram que crianças foram jogadas das janelas da Grenfell Tower e várias pessoas se atiraram do edifício, em uma tentativa desesperada de fugir das chamas. “Há muitos corpos de crianças e adultos no chão, há muita gente que não conseguiu escapar”, contou uma delas à emissora americana CNN.

Outras gritavam pedindo ajuda para que seus filhos fossem resgatados. Os bombeiros também buscam sobreviventes. Um morador do 7º andar disse à BBC que o alarme de incêndio não tocou.

Cerca de 200 bombeiros, a polícia e os serviços de ambulâncias foram mobilizados. Por volta de 5h, as chamas foram controladas, mas ainda era possível ver focos de incêndio em alguns andares mais altos.

Os bombeiros foram chamados por volta da 1h15 local (21h15 de terça, em Brasília) para apagar o incêndio no edifício. Dezenas de pessoas, moradores ou não do edifício, saíram às ruas, muitos apenas de pijama.

Como parte da estrutura foi consumida pelo fogo e os bombeiros chegaram a cogitar o risco de colapso, a polícia esvaziou residências vizinhas.

Alertas antes da tragédia

David Collins, um dos integrantes do conselho de moradores do prédio, disse à rede “BBC” que os residentes tinham comunicado aos administradores e à Prefeitura preocupação com a segurança. Ele contou que os moradores estavam preocupados, por exemplo, com “a situação dos aquecedores, das rotas de fuga e com a iluminação das saídas de incêndio”, segundo a Efe.

De acordo com o jornal “The Guardian”, já havia preocupação a respeito de um incêndio no prédio em 2012, quando um vistoria constatou que o equipamento contra incêndios não era revisado havia anos. Em 2016, um grupo de residentes também tinha alertado sobre a única saída de emergência, advertindo que, se ela fosse bloqueada, as pessoas não poderiam deixar o imóvel.

Os responsáveis pela obra divulgaram um comunicado que afirmam que todos os padrões de segurança foram seguidos rigidamente.

Investigação

O prefeito de Londres, Sadiq Khan, disse que questões precisarão ser respondidas sobre a segurança de prédios residenciais da capital britânica.

Alguns moradores disseram ter sido orientados a continuar em seus apartamentos em caso de incêndio, enquanto a associação de moradores do prédio havia dito anteriormente estar preocupada com o risco de um grave incêndio.

“Essas perguntas são perguntas muito importantes que precisam ser respondidas”, disse Khan à rádio BBC.

“Em Londres nós temos muitas, muitas torres de apartamentos e o que nós não podemos ter é uma situação em que a segurança das pessoas seja colocada em risco devido a má orientação ou se for o caso, como foi alegado, de torres de apartamentos não serem adequadamente mantidas ou conservadas”.

G1

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