O comerciante José Carlos de Oliveira Júnior, que confessou ter matado a namorada em Goiânia após briga por ciúme (Foto: Vitor Santana/G1)

Namorado diz que matou mulher asfixiada em Goiânia após briga por ciúmes de vídeo em celular

Giselle Evangelista tinha 38 anos e foi encontrada no apartamento do comerciante, na Vila Alpes. Filho contou que se mudou da casa da mãe por se sentir desconfortável com discussões do casal.

GOIÂNIA/GO – Preso suspeito de matar a namorada asfixiada em Goiânia, o comerciante José Carlos de Oliveira Júnior, de 37 anos, disse nesta segunda-feira (19) que cometeu o crime durante uma briga por ciúmes. Ele afirmou que recebeu um vídeo pornográfico em um grupo de mensagens em celular, o que teria incomodado a servidora pública Giselle Evangelista. O homem foi autuado por feminicídio. A pena, de acordo com o Código Penal, varia entre 12 e 30 anos de prisão.

“udo gerava briga, ciúmes. Eu não perdi a cabeça naquele dia, já tinha perdido há muito tempo”, declarou durante entrevista à imprensa na Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios.

O comerciante também disse que o relacionamento era conturbado e que se arrepende do crime. “A gente estava chegando a um acordo de terminar. Ela era a mulher que eu amava, a quem eu me dedicava. Eu trocaria de lugar com ela, se eu pudesse”, completou.

O corpo de Giselle foi localizado na tarde de sexta-feira (16), em um prédio na Vila Alpes, em Goiânia, onde mora José Carlos. Familiares da vítima contaram à polícia que não conseguiram contato com o casal. Por isso, foram até o prédio em busca de informações e a acharam morta. Horas antes da vítima ser encontrada, câmeras de segurança do condomínio flagraram o casal passando pelo saguão.

Os dois namoravam há dois anos. Segundo a polícia, em 2017, José Carlos chegou a trair a companheira, mas os dois mantiveram o relacionamento. Porém, os dois tinham constantes discussões.

“No dia do fato, eles brigaram no apartamento. Ela ia sair da casa dele, mas, na discussão, a vítima cuspiu na cara dele. Então ele deu um empurrão, a derrubou no chão e a esganou com as mãos”, disse o delegado Dannilo Proto.

Em depoimento, o homem contou que, durante o crime, pensou em desistir. “Enquanto ele a asfixiava, pensou em desistir, mas lembrou da Lei da Maria da Penha, que protege as mulheres, e decidiu continuar. Depois, disse que ainda tentou fazer procedimentos para reanimar a vítima, colocando um ventilador próximo e fazendo massagem cardíaca”, disse o delegado.

José Carlos foi preso em Pirenópolis. Segundo a polícia, o objetivo dele era chegar até Minaçu, onde tem parentes. Porém, como o carro dele quebrou na estrada, ficou nas imediações.

O advogado do comerciante, Wesley Pereira das Dores, informou que o seu cliente está fazendo tratamentos psicológicos. “Ele está tomando remédio controlado, então estamos esperando laudos dos psiquiatras dele para acabar de nos inteirarmos do caso e ver quais as medidas vamos tomar”, esclareceu.

Família indignada

Filho da vítima, o estudante Hian Evangelista Gonçalves Ferreira, de 19 anos, contou que a mãe e o namorado estavam juntos há mais de um ano, mas sempre discutiam, o que acabou fazendo com que o jovem saísse de casa.

“Eu morava com a minha mãe, mas depois de certo tempo [dele ficando lá na casa por causa de um reforma no apartamento dele] eu não sentia liberdade e fui morar com a minha avó em outro lugar. De julho ao começo desse ano ele ficou morando sozinho com a minha mãe no apartamento. Eu não gostava dele, não aguentava as brigas deles”, afirmou.

G1

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