Willian Barboza Ribas foi morto no último
sábado (Foto: Reprodução)

Identidade de PM motivou assassinato em Praia Grande

Soldado Ribas teve moto roubada em julho; ladrão descobriu profissão da vítima, que morava no mesmo bairro, e decidiu eliminá-la

PRAIA GRANDE – O jovem humilde da periferia concretizava o seu sonho. Aprovado no concurso de soldado da Polícia Militar, realizava curso de formação e estava prestes a exercer a tão sonhada carreira. Em seu bairro, era desconhecido que ele tinha ingressado na PM, mas tal fato foi descoberto após dois marginais roubarem a sua motocicleta e carteira. Justamente por ser policial, o rapaz foi barbaramente assassinado.

Willian Barboza Ribas foi morto no último sábado (Foto: Reprodução)

Willian Barboza Ribas foi morto no último
sábado (Foto: Reprodução)

Marcelino Silva, corregedor da PM, mostra foto de ‘Peidinha’. Ao lado, o delegado Lara (Alberto Marques/AT)

Marcelino Silva, corregedor da PM, mostra foto de ‘Peidinha’. Ao lado, o delegado Lara (Alberto Marques/AT)

Escondida entre outros documentos, a identidade funcional do soldado Willian Barboza Ribas, de 29 anos, foi achada posteriormente pelos ladrões na carteira. O roubo aconteceu no dia 1º de julho deste ano e a descoberta da condição de policial militar da vítima representou a sua sentença de morte. Um dos assaltantes decidiu que deveria eliminá-la para não ser preso.

Segundo o delegado Luiz Ricardo de Lara Dias Júnior, da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Santos, o soldado Ribas estava desarmado e à paisana quando teve a sua moto Honda, de 150 cilindradas, tomada de assalto por Leonardo Rodrigues Aguiar, ‘Peidinha’ de 18 anos, e outro rapaz, que na época tinha 17 anos, mas já completou a maioridade.

A dupla ocupava uma Honda CB 300 dourada e rendeu Ribas no Anhanguera, onde residiam. “Quando os criminosos encontraram a funcional na carteira e descobriram que assaltaram um policial militar, ficou um clima ruim para eles”, comentou Lara.

De acordo com o delegado, Ribas era discreto na comunidade carente onde morava. “O policial passava despercebido no bairro, porque saía e chegava em casa sem o uniforme da PM”. Ainda conforme o titular da DIG, ‘Peidinha’ foi quem “inflamou” outros quatro comparsas para assassinar o soldado, como forma de assegurar a impunidade do roubo”.

Por volta das 23 horas do último sábado, um grupo arregimentado por ‘Peidinha’ invadiu a casa do soldado Ribas e o assassinou com tiro, facadas e pauladas. Até o pai do policial militar, que é deficiente físico, foi atacado pela quadrilha, necessitando permanecer um dia hospitalizado. O parceiro de ‘Peidinha’ no roubo da moto foi detido e confessou participação no assalto, mas negou envolvimento no homicídio.

As investigações indicam que o comparsa de Peidinha no roubo, de fato, não invadiu a casa do soldado Ribas. Para matar o policial militar, o mentor do assassinato contou com a parceria de Guilherme Ferreira Ramos, o ‘Carinha’, de 18 anos, Bruno Ferreira Torres Silva, o ‘Torum’, de 24, David Henrique dos Santos Capistrano, o ‘Tio D’, de 21, e um adolescente de 17.

Com exceção do menor de idade e de Peidinha, que ainda permanecem foragidos, Carinha, Torum e Tio D foram capturados na terça-feira (7). A pedido do delegado Lara, os quatro adultos tiveram a prisão temporária de 30 dias decretada pelo juiz Antonio Carlos Costa Pessoa Martins, da 2ª Vara Criminal de Praia Grande. Por se tratar de crime hediondo, esse prazo poderá ser prorrogado por igual período, se houver necessidade às investigações.

A Tribuna

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